sexta-feira, 28 de setembro de 2012

BREVE HISTÓRIA DA IGREJA, A ORIGEM DO PAPADO, PARTE DOIS.

       No artigo anterior, nós vimos que o termo papa era usado para vários bispos, de várias igrejas, era um termo de carinho para com o líder. O bispo de Roma não possuía todo este poder que passou a ter posteriormente.
       Foi a partir do quarto século que o quadro começou a mudar. Com a suposta conversão de Constantino ao Cristianismo, sendo ele mesmo o Pai do Cristianismo paganizado ( o que é uma redundância ), o Bispo da principal cidade do Império, Roma, passou a ter uma proeminência maior. Mesmo assim, ainda não passou a ter o poder como nos dias atuais possui. Ora, toda atenção estava voltada, aos poucos, para a igreja romana. E mais, no quinto século da era cristã, especificamente no ano 476 d. c., caiu o último Imperador. Aos poucos, este vazio criado pela ausência da figura do   líder romano foi aos poucos preenchido pela figura papal. O fenômeno é basicamente om seguinte: O Imperador era considerado divino pelos romanos, pelo menos foi o que ocorreu com vários deles, que fomentaram essa ideia, Domiciano, por exemplo. Esta ideia de divindade passou para a cristandade com uma nova roupagem, a roupagem papal. Evidentemente, falta-me, aqui, o tempo necessário para explicar o fortalecimento da figura papal, o que pode ser realizado posteriormente em outros artigos. Falarei sobre Leão, O Grande e sobre Gregório, O Grande.
      Para pensar, Prof. José Costa.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

QUAL A ORIGEM DO PAPADO?

        Que o papa é o chefe da igreja ocidental, todo mundo sabe. Ele é considerado infalível quando fala em nome de Deus, através de bulas papais, por exemplo. No entanto, qual a origem do termo papa?  e mais! como este título, ao longo do tempo, fortaleceu-se? falo do título atribuído ao líder romano.
     A História é relativamente longa. Procurarei expor, de modo sucinto, a questão.
       A princípio, no primeiro século, por exemplo, o título Papa era relacionado a todo bispo de igreja. Pelo menos da grande maioria. Ora, o termo significa simplesmente papai. Era um termo de carinho, de respeito, de confiança, etc. o que quero dizer é que o título era usado não só para o bispo de Roma bem como para bispos de outras igrejas, aliás, sem a conotação que possui hoje, de infalibilidade, etc.
       Documentos antigos falam de Papa da igreja de Alexandria, de Cartago, etc. O centro espiritual da igreja não era Roma, aliás, Alexandria, no Egito, Cartago, na África, e a própria igreja de Jerusalém possuíam, evidentemente, maiores influências. Roma era apenas mais uma das várias igrejas existentes, sem possuir o poder que hoje possui.
       Continuarei a exposição do assunto em uma próxima ocasião.
        Para Refletir, Prof. José Costa.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

BREVE HISTÓRIA DA IGREJA. QUEM ERAM OS BÁRBAROS?


      Durante vários anos o Império Romano foi alvo de opressões por parte de vários grupos que viviam fora das suas fronteiras. Eram os bárbaros. Assim os latinos chamavam estes povos. Havia os Hunos, os Vândalos, os Visigodos, os Godos, os Alamanos, os Francos, entre outros. Todo indivíduo que vivia fora das fronteiras de Roma era considerado um bárbaro. Eram nômades, vivendo da caça e de saques. Era comum a guera entre eles. Sorrateiramente, eles foram penetrando além das fronteiras do Império. Roma chegou a alistar alguns deles para seu exército. Eram chamados de Confederados. De tal modo que, quando a parte ocidental caiu, no século quinto da era cristã, o Império já estava fragmentado.
      O termo bárbaro é genérico, ou seja, refere-se aos grupos como um todo. É um termo altamente preconceituoso. Ora, para os romanos eles eram selvagens sem cultura. Nos dias de hoje, sabemos que a cosa não é bem assim. Com a invasão de Roma por parte deles uma leva de conversão aparentes ocorreram. Posteriormente, reis bárbaros uniram-se ao cristianismo constantiniano, eram bispos ungindo reis e reis indicando bispos. Uma receita para o fortalecimento da estrutura de poder. Em meio a tudo isso houve vozes discordantes.
      Para pensar, Prof. José Costa.

       

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

BREVE HISTÓRIA DA IGREJA, AGOSTINHO DE HIPONA.

      No quarto século da era cristã,  surgiu uma das maiores mentes da História e, consequentemente, da cristandade. O seu nome era Agostinho, também é conhecido como santo Agostinho. Ele nasceu em Tagaste, no norte da África, no ano e 354 d.c. , seu pai era soldado romano e sua mãe, Mônica, uma cristã.
     Ainda jovem, ao que parece, com dezessete anos, ele foi enviado a Cartago, no norte da África, para estudar retórica. Conheceu uma mulher, com quem teve um filho chamado Adeodato. Duas inquietações básicas afligiam Agostinho : a origem do mal e a busca da verdade, por isso, ainda em Cartago se converteu ao Maniqueísmo, penamento filosófico que pregava a existência de dois princípios absolutos: o mal e o bem. Após alguns anos, deixou tal doutrina.
     Mudando-se para Milão, tornou-se Neoplatônico. O pensamento básico do neoplatonismo era a existência do UM INEFÁVEL, do qual provinham todas as coisas. O mal, portanto, para o neoplatonismo era oriundo de um afastamento deste UM. Abandona também esta ideia. Converte-se ouvindo Ambrósio de Milão e torna-se uma das maiores mentes e um dos maiores escritores da História, embora tenha dito algumas bobagens.Era filho da sua época. Veja o meu artigo sobre ONANISMO. Grande parte da teologia Medieval tem por base Agostinho.
   Tornou-se bispo de Hipona, cidade africana. Uma das suas maiores obras foi a Cidade de Deus.
      Para pensar. Prof. José Costa.
      

domingo, 16 de setembro de 2012

BREVE HISTÓRIA DA IGREJA, MONASTICISMO.

      Houve um movimento que ocorreu, tanto no Oriente, bem como no Ocidente, que foi uma reação, em certa medida, de alguns, diante do quadro geral que se encontrava a igreja, após Constantino. Este movimento chama-se Monasticismo.
     O movimento monástico não tem um fundador, pelo menos não se conhece tal indivíduo, ele foi, portanto, originado de uma leva de pessoas que acorreram em direção ao deserto. Isto ocorreu principalmente, com toda força, no quarto século. Dois monges que viveram no quarto século, são bastante conhecidos, a saber, Atanásio e Paulo. Este último viveu em uma caverna durante décadas. Antônio, fez doação de todos os seus bens e também foi viver no deserto. Em um outro artigo falarei sobre o Monasticismo Ocidental, visto que, a origem do monasticismo ocorreu, ao que parece, no Oriente, principalmente no Egito e na Síria.
      Conquanto Jesus não tenha sido monge, e a opção monástica é uma espécie de fuga da realidade, algumas pontos positivos advém do monasticismo, entre eles a conservação dos muitos manuscritos e o incentivo a leitura. Existem algumas diferenças básicas entre o monasticismo ocidental e oriental. Isto veremos posteriormente.
      Para pensar, Prof. José Costa.

BREVE HISTÓRIA DA IGREJA, CONSTANTINO, O PAI DO CRISTIANISMO, PARTE 2.

      No artigo anterior nós falamos que em 307 d. c. Constantino vira Imperador. No ano de 313 d.c. houve o fim das perseguições, pelo Édito de Milão. A igreja passou a viver em paz, uma paz aparente, pois, o luxo e a pompa começaram a irromper. Surgiram as catedrais, as basílicas, as torres, os centros de poder religioso. Muitos bispos passaram a serem indicados pelo Imperador para tal e tal igreja. O conceito de guerra santa surgiu aí. Com o líder Constantino a ideia de conquistar em nome de Deus tomou forma, era a "Guerra Santa". Surgiram teólogos que fomentavam a ideia de que o Reino de Deus seria implantado aqui na terra por meio de Constantino. Eram os profetas que legitimavam o poder imperial e espiritual, conforme acontece hoje em dia com determinados líderes políticos que de maneira "messiânica" usam o nome de Deus para chegar aonde querem, ideologizando Deus. Não faltam "profetas" para legitimar tal pensamento. Constantinopla é embelezada, a cidade de Constantino. Posteriormente, surgiu a ideia do papado ( falaremos disso depois). Surgiu o Cristianismo Constantiniano, com pompas, riquezas, indicação de bispos, Reis indicando  bispos e bispos "ungindo reis". É a parceria Estado igreja, fortalece-se a estrutura de poder que oprime. Aparece a ideia de salvação por obras, batismos supervalorizados, confrarias, corrupção, mentiras, celibatos e toda sorte de conceitos equivocados. É a dominação em "nome do Senhor". Surgiu a estrutura de poder dominante e manipulador que perdura até os dias de hoje. Em meio a tudo isso, houve vozes discordantes, conforme veremos adiante.
       Para pensar, Prof. José Costa.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

BREVE HISTÓRIA DA IGREJA, O IMPACTO DE CONSTANTINO, O PAI DO CRISTIANISMO.

      No ano de 307 d.c. subiu ao poder, em Roma, o Imperador Constantino. Ele herdou o poder depois de algumas lutas internas, intestinais, dentro do Império, de modo que, se fossem explicadas aqui, tomaria muito tempo e seria extremamente exaustivo. E tudo o que eu não quero ser é prolixo. O objetivo deste blog é ser extremamente objetivo e claro. Sem titubeio, e, é claro, científico.
        Constantino foi um dos maiores Imperadores que Roma já teve e um dos mais perniciosos para à igreja. Ora, antes dele ascender ao poder, conforme já narramos, houve cerca de dois séculos e meio de perseguição, a igreja crescia em meio a estas perseguições todas, houve é claro, momentos de relativa paz. No entanto, o compromisso era maior, a clareza , o amor, o ensino, a paixão pelo Evangelho, a simplicidade, etc. Com a ascensão deste Imperador, as coisas mudaram, aparentemente para melhor, porém, conforme veremos, não foi bem assim. A mudança foi tão profunda, que, até os dias de hoje vivemos este impacto. Provavelmente discorrerei sobre tais mudanças em mais de um artigo, dois, ou três, talvez.
       Naturalmente, o primeiro e mais imediato impacto sobre a igreja foi o fim das perseguições. Com o Édito de Milão, no ano 313d.c. declarou-se, oficialmente, o fim das perseguições. As vária propriedades confiscadas foram devolvidas, os "crimes de traição" foram perdoados. Foi a partir de Constantino que a pompa, o luxo, começou a entrar no seio da cristandade. sacerdotes começaram a viver ricamente e com as "bênçãos" do Estado. Criou-se uma Burocracia Estatal ornamenta com a unção do Império. Constantino vira o "décimo terceiro apóstolo". A igreja fica disforme. Corrompida.
         Este é apenas o começo da História, naturalmente, falarei mais sobre este assunto, no próximo artigo.
            Para pensar, Prof.José Costa.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

BREVE HISTÓRIA DA IGREJA, A ÚLTIMA PERSEGUIÇÃO. DIOCLECIANO.

         No final do terceiro século e, evidentemente, começo do quarto, houve a última das perseguições contra os cristãos, encetada pelo Imperador Diocleciano. A princípio, não parecia que este soberano iria perseguir à igreja. De fato, o Império havia sido dividido em uma tetrarquia, ou seja, quatro divisões, sendo duas no Oriente e duas no Ocidente. A parte oriental estava subjugada a Diocleciano e Galério, sendo o primeiro, Imperador, e o segundo, um César. O objetivo era ajudar na administração do Império, mas, também, na sucessão pacífica.
   Conforme já foi dito, não parecia que este Imperador iria perseguir aos cristãos, até sua esposa era cristã. No entanto, ele deixou-se influenciar por Galério, seu César( este era o título do segundo governante, o primeiro era o de Augusto). Segundo os historiadores, Galério não possuía simpatia pelos cristãos, e, convence Diocleciano a persegui-los. Os motivos seriam óbvios,  eles não eram obedientes aos decretos imperiais, ademais, não sacrificavam aos deuses e, em uma campanha contra os inimigos de Roma, possivelmente não pegariam em armas.
         No ano 303 d. c. desatou-se uma cruel perseguição. Os cristão eram obrigados a entregarem seus livros, seus manuscritos, e a Bíblia proibida de ser lida. muitos forma torturados e mortos. Neste ínterim, O Imperador fica enfermo e é obrigado a abdicar,  o que de fato aconteceu.
     No próximo artigo falaremos sobre Constantino e a sua influência maléfica para a cristandade que perdura até os dias atuais.
           Para pensar, prof. José Costa.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

BREVE HISTÓRIA DA IGREJA, GNOSTICISMO, O QUE É ISTO?

      O gnosticismo foi um movimento que teve no segundo século da Era Cristã a sua afirmação por parte de muitos. É muito difícil atribuir um líder a este movimento, no entanto, temos indicação de um tal de Brasílides como sendo um dos cabeças. O que  ensinava tal pensamento? É o que vamos ver.
     O termo gnosis é de origem grega e significa conhecimento, logo, para os gnósticos existe um conhecimento primeiro, verdadeiro, espiritual, vantajoso, metafísico e libertador. Nem todos possuem tal conhecimento, é necessário alcançá-lo por meio de meditações e seguindo também os mestres. Jesus foi o maior dos mestres gnósticos e ensinou tais segredos a seus apóstolos, estes, por sua vez, revelaram a alguns escolhidos. Para os gnósticos, Jesus teve um corpo aparente, fantasmagórico, logo, a sua morte na cruz não foi real.
      Segundo tal filosofia, o corpo é inerentemente mal e o espírito é bom, logo, o corpo é uma prisão do espírito. É necessário, portanto, libertar-se das cargas da maldade que estão em nós, por meio do conhecimento. O mundo para eles não foi obra do criador, ao contrário, um ser inferior espiritual e mau, teria criado a realidade. Este mundo seria um aborto.
     Existia também duas vertentes gnósticas, a primeira delas diz respeito ao ascetismo, ou seja, para se santificar era necessário uma separação radical de tudo o que é "mundo". A outra vertente diz respeito a entrega total do corpo a licenciosidade, ora, se o corpo é mal, logo, tudo o que eu faço por meio dele não afeta o espírito, que é inerentemente bom.  
       Faltaria espaço para refutar o gnosticismo, todavia, em breves palavras, podemos dizer o seguinte: a) O corpo de Jesus era real. Ele comeu, bebeu, cansou-se dormiu, etc. b) A criação é obra de um criador absoluto que, em amor, criou seres capazes de amar ou não. c) tanto o ascetismo como a licenciosidade são dois pólos perigosos.
        Para pensar,
        Prof. José Costa.                                   
      
      

sábado, 8 de setembro de 2012

BREVE HISTÓRIA DA IGREJA, PERSEGUIÇÃO SOB DÉCIO.

      Após a perseguição sob Marco Aurélio, conforme já vimos no artigo anterior, houve um período de relativa paz para os cristãos. No ano 249 d. c. , ou seja, no terceiro século da era cristã, embora tenha tido um governo relativamente breve, Décio impôs uma violente perseguição à igreja cristã. Ele governou até o ano de 251 d.c., porém, a perseguição foi extremamente cruel.
       Conforme já foi dito, os motivos das perseguições foram várias, dependendo da visão do Imperador. Sob Nero a acusação foi o incêndio, sob Domiciano os impostos e a restauração da glória romana, sob Marco Aurélio a superstição. Agora, porém, o motivo desta onda de perseguição foi a vontade de Décio de ser adorado pelos seus súditos e, também, semelhante a Domiciano, restaurar as glórias de Roma, seus deuses, etc.
      No seu governo, vários cristãos correram para sacrificar aos deuses, outros, porém, ficaram firmes na sua resolução de não dobrar-se diante do Édito real. Décio morreu em 251 d. c. em uma campanha contra os bárbaros. A paz volta a reinar, pelo menos por um bom tempo.
         Para pensar, Prof. José Costa.

BREVE HISTÓRIA DA IGREJA, PERSEGUIÇÃO SOB MARCO AURÉLIO

      No segundo século da Era Cristã, especificamente no ano de 161 d. c. ascendeu ao poder o Imperador Marco Aurélio. Ele é conhecido como Imperador filósofo, pois, ao contrário de Nero e de Calígula, não era um surtado maníaco. De fato, ele também era escritor. É conhecido como autor de Meditações."Intenta a cada momento, como romano e como homem, fazer o que tens à frente com dignidade perfeita e simples, e com bondade, liberdade e justiça." Este é um dos pensamentos de Aurélio.
       Ora, era de se esperar que, durante a vida e o governo deste Imperador, os cristãos não fossem perseguidos. Não foi o que aconteceu.  Apesar de tanta iluminação filosófica ele era filho do seu contexto e, portanto, muito supersticioso. Quando uma série de catástrofe começou a ocorrer no seu reinado, entre elas inundações, terremotos, pestes, entre outras, o Imperador pensou que os deuses estavam enfurecidos com os romanos e desatou a perseguição contra os cristãos, pois, pensava ele, os deuses estão ofendidos com a doutrina cristã.
     Um dos mártires desta época foi Justino o Mártir, ele é conhecido como sendo um dos pais da igreja, foi ele que disse que tinha conhecido a verdadeira filosofia: o Evangelho de Jesus.    Uma mulher chamada Blandina também foi torturada ferrenhamente. Ela foi açoitada, colocada em uma chapa de ferro, chifrada por um touro, e, por fim, degolada. Marco Aurélio morreu no ano de 180 d.c. e foi sucedido por Cômodo e a perseguição amainou. No próximo artigo, falaremos da perseguição sob Décio.
           Um pouco de História da Igreja, para pensar.
           Prof. José Costa.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

BREVE HISTÓRIA DA IGREJA, PERSEGUIÇÃO SOB DOMICIANO.

      No final do primeiro século, especificamente no ano de 81 d.c. subiu ao poder Roma o Imperador Domiciano. De fato, seu nome era Flávio Tito Domiciano. Este novo governante romano desatou a perseguição contra os cristãos, depois de um período de relativa paz  
      Sabemos que Domiciano era amante das glórias romanas, ou seja, ele admirava o poder romano, a sua cultura, os seus deuses, enfim, era um amante da mentalidade romana. Para ele, os cristãos eram um povo amante da ignorância, bárbaros. A perseguição aconteceu por causa de basicamente dois motivos: o primeiro deles era o fato de que este novo Imperador pretendia restaurar as glórias de Roma, seus cultos, suas divindades seus costumes, etc. Além disso, parte desta política consistia na divinização do Imperador, portanto, quem se opusesse a esta mentalidade seria perseguido. Ademais, Domiciano amava a cobrança de impostos. Conforme já vimos, a política romana era a de que o Império precisava dos impostos para manter a ordem. Quando Jerusalém foi destruída por Tito, no ano 70 d.c., Roma passou a exigir que os fundos judaicos que eram enviados a esta cidade, passasse a ser investido em Roma. Judeus não compartilhavam desta ideia, e, como os cristãos e os judeus eram confundidos pelo Império, desatou-se a perseguição.
      Domiciano reinou durante sete anos em Roma, e, depois foi assassinado. Os cristão gozaram de um período de paz após sua morte. No seu governo João aparece exilado na ilha de Patmos, conforme vemos no Apocalipse.
        Um pouco de História da Igreja. Para Pensar. Prof. José Costa.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

BREVE HISTÓRIA DA IGREJA. RUMORES CONTRA OS CRISTÃOS.

      A perseguição desatada contra os cristãos pelo Império Romano teve como base algumas acusações. Era política do Império tolerar as várias religiões. Roma praticava uma política de pacificação, desde que os impostos fossem pagos. A partir da segunda metade do século primeiro, no entanto, com o imperador Nero, houve um longo tempo de perseguições, com períodos de relativa paz.
      Os rumores contra os discípulos eram muitos. Em primeiro lugar, eles foram acusados de ateísmos. Ora, num período no qual o Imperador era objeto de divinização, todo aquele que se recusasse a sacrificar aos deuses e ao líder romano era taxado de traidor. Ademais, eles eram acusados de traição contra o Sistema dominante. Os deuses romanos tinham cara, possuíam um rosto, o Deus dos cristãos, no entanto, não possuía forma alguma, logo, eram acusados de adorar um deus invisível, ou, pelo menos, um Deus sem forma ou inexistente. Ademais, havia rumores de que praticavam orgias fraternas, pois, eles chamavam-se a si mesmos de irmãos e casavam com os seus "irmãos". Outra acusação era a de que os discípulos de Jesus banqueteava-se com uma criança recém- nascida, pois, na ceia, comiam a carne e bebiam o sangue de um tal menino Jesus. Alguns Imperadores acusavam os cristãos de atrair a ira dos deuses romanos, principalmente em tempos de terremotos e outras calamidades. Conforme veremos, esta foi a acusação encetada por Marco Aurélio, no segundo século.
      No próximo artigo, falarei sobre a perseguição desatada por Domiciano, no final do primeiro século.
         Falando sobre História da Igreja, Prof. José Costa.
         Para pensar.
        
      

BREVE HISTÓRIA DA IGREJA, A PERSEGUIÇÃO SOB NERO.

       A partir da segunda metade do século primeiro, o Império Romano começou uma perseguição aos cristãos que perdurou por cerca de dois séculos e meio. Houve tempos de relativa paz. Nem todos os imperadores perseguiram os cristãos, porém, alguns Césares desataram a perseguição.
      Nero foi um Imperador que, no começo do seu governo, realizou algumas obras que favoreceram os romanos. Foi generoso com os pobres e não parecia ser o surtado que veio a tornar-se. Chegou ao poder no ano de 54, através da ajuda de sua mãe, Agripina, que, após o assassinato de Cláudio, levou o filho ao poder. Após um período de governo relativamente generoso, o Imperador Nero surtou, matou a própria mãe, Agripina, e pretendia ser um artista, um literato. Ele foi deposto pelo Senado no ano de 68, logo após, suicidou-se.
           No ano de 64 houve um grande incêndio em Roma, vários bairros da cidade romana foram incendiados. Diferente do que se pensa é possível que Nero não tenha colocado fogo na cidade para depois atribuir tal culpa aos cristãos. Um historiador romano, Tácito, diz que, possivelmente, o incêndio tenha acontecido acidentalmente, começando em um depósito de azeite. Todavia, não há como ter certeza. O fato é que o líder romano passou a ser alvo das suspeitas, pois, surtado como estava e sem crédito perante a população, ele foi o principal suspeito. Depois de tantas acusações, era necessário um bode expiatório. Os cristãos passaram a ser alvo de perseguição. A perseguição foi localizada, ou seja, não ocorreu em todo Império, porém, a importância do decreto é tão grande, que, conforme veremos mais adiante, depois que ele foi deposto pelo Senado, a lei da perseguição não foi abolida, de tal modo que, quando algum Imperador pretendia perseguir os cristãos, recorria a lei de Nero. Posteriormente, falaremos sobre os motivos da perseguição aos cristãos e também falaremos sobre as perseguições posteriores.
             Falando sobre a História da Igreja, Prof. José Costa.
             Para pensar,
            

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

BREVE HISTÓRIA DA IGREJA, PERSEGUIÇÃO AOS CRISTÃOS .

      No primeiro século da era cristã os discípulos de Jesus foram duramente perseguidos, e esta perseguição estendeu-se até o quarto século, conforme veremos mais adiante. A princípio, o Império Romano não foi o sujeito da perseguição, ela foi provocada pelos judaizantes. Ora, quando lemos o livro de Atos vemos que a incipiente igreja foi perseguida pelos judeus pedrados, principalmente os mais radicais entre eles. Paulo, antes de se converter ,foi um exemplo de perseguidor da igreja. Para os judaizantes, esta " nova mensagem" era um quisto que precisava ser extirpado. A Palestina estava subjugada aos romanos, pensavam eles, por causa da ira de Deus, e se esta nova doutrina se difundisse rapidamente, Deus ficaria muito mais irado, portanto, era necessário fazer um "serviço divino", acabar com estes perturbadores e desobedientes da lei de Deus. Este era, com efeito, o pensamento judaizante mais radical.
       É por este motivo que o Sinédrio ( já falamos sobre ele em outro artigo) prende Pedro, persegue e mata Estêvão e, quando Paulo (Saulo), pretende ir em busca de cristãos eles dão total apoio a esta empreitada. Era o "zelo da obra de Deus". pelos menos era o que eles pensavam, pedrados e arrogantes que estavam. Cheios de religiosidade e sem nenhuma vida no coração. No próximo artigo discorrerei sobre a perseguição iniciada pelo Império Romano.
       Quem lê, entenda.
        Prof. José da Costa Moura.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

BREVE HISTÓRIA DA IGREJA. OS APÓSTOLOS

      O que ocorreu com os Apóstolos de Jesus depois que ele morreu e ressuscitou? Existe algumas informações históricas que podem trazer luz sobre a questão. É certo que alguns ficaram em Jerusalém, conforme já vimos. Tiago, o irmão de João, foi morto por Herodes Agripa, segundo o Livro de atos informa. Pedro, um dos Apóstolos que foi transformado em primeiro Papa pela igreja, fato não verídico conforme veremos posteriormente, foi martirizado  em Roma sob a perseguição de Nero. Segundo testemunhos, morto de cabeça para baixo em uma cruz. O caso de Paulo indica que ele morreu em Roma também sob a perseguição de Nero (posteriormente falaremos desta questão).Morreu decapitado. O livro de Atos nos mostra ele preso em Roma, segundo os historiadores ele teria sido solto, e, posteriormente, preso novamente e morto.
      Testemunho históricos dão indício de que Tomé teria chegado a Índia e fundado uma igreja durante o reinado do rei Gondofares, embora exista algumas lendas e mitos em torno da sua pessoa.
    João é mostrado na ilha de Patmos já velho e exilado sob o governo do Imperador Domiciano. É possível que tenha sido solto, porém, não há prova concludente. Outra tradição indica que ele teria morrido colocado em um caldeirão de azeite que fervia. É possível que teria sido bispo de Éfeso.
     Tiago, o irmão do Senhor, foi morto na década de 60 da era cristã. Embora muitos hoje queiram se colocar como Apóstolos, de fato, não são. São mercadores da fé e manipuladores das massas. verdadeiros mercantilistas.
        Para Pensar , Prof. José Costa.

BREVE HISTÓRIA DA IGREJA, A IGREJA DE JERUSALÉM.

      É certo que havia uma igreja em Jerusalém. O livro de Atos dos Apóstolos nos mostra uma comunidade estabelecida, gozando de relativa liberdade. Seus líderes eram alguns Apóstolos, entre eles Tiago, o irmão de Jesus. João e Pedro também são mencionados. Não há dúvidas de que ela possuía alguns problemas a serem resolvidos. No livro de ATOS DOS APÓSTOLOS é narrada uma querela acerca das distribuições das cestas básicas. As viúvas dos judeus não helenizados eram favorecidas pelas divisões dos alimentos. Foram estabelecidos diáconos para cuidar das questões, enquanto os Apóstolos cuidavam da propagação da mensagem. Questão resolvida.
    Outro entrave a ser resolvido foi o problema da entrada dos gentios na igreja, conquanto Jesus tivesse dito que deveram sair de Jerusalém, eles eram ainda pedrados demais para compreender tais palavras. Foi necessário a morte de Estêvão para que a comunidade saísse de Jerusalém.
       Esta igreja foi, aos poucos,se estabelecendo, porém, no ano 70 d.c. com a destruição de Jerusalém por Tito,general romano que viria a ser imperador, ela mudou-se para outra cidade. Tiago, o irmão de Jesus, havia sido morto pelo sumo - sacerdote. Ela conseguiu sobreviver até o século quinto da era cristã.
        Um pouco de História da igreja.
        Para pensar. prof. José Costa.

sábado, 1 de setembro de 2012

BREVE HISTÓRIA DA IGREJA, UMA INTRODUÇÃO

      Em um contexto no qual o Império Romano dominava, a igreja mergulhava na mensagem. Em Roma predominava o culto ao panteão de deuses. Do Egito vinham os adoradores de Ísis e de Osíris. Mitra era uma divindade Persa, segundo o mito, ele teria matado um touro  divino símbolo das forças do caos. Os adoradores de Mitra eram iniciados em rito no qual banhavam-se em sangue. Ademais, existiam filósofos epicureus e estoicos com suas reflexões.
      Os epicuristas pregavam o bom prazer, e os estoicos a ausência total das paixões. O Império Romano tolerava as várias tendências religiosas e pensamentos vários. O culto ao Imperador era fomentado. O Judaísmo estava cada vez mais disposto a perseguir os cristãos, endureciam cada vez mais. Afinal de contas Deus estava irado com a Nação judaica, pois, Roma estava subjugando o povo de Deus, portanto, a sua ira iria aumentar por causa destes cristãos que pregavam um Messias nazareno. Assim estavam as coisas  nos primórdios da igreja, este era o contexto histórico do primeiro século.
       Este é o início de uma breve História da igreja cristã, que iremos ver.
          Para pensar, prof. José Costa.

JESUS, QUEM ERA ELE?

      Quem era o judeu que há cerca de dois mil anos atrás andou pela Palestina? ensinou, curou, perdoou e, por fim, morreu na cruz. Ele era um judeu entre judeus. Vestia-se como judeu, alimentava-se de pão, vinho, peixe, frutas, típica alimentação judaica da sua época. Participava das festividades do seu tempo, de fato, ele era o cumprimento destas festas. participou de casamentos, visitou amigos, aprendeu o ofício do seu pai terreno, era carpinteiro. Tradições do segundo século, colocadas por Justino o Mártir, diz que Ele era visto com uma apara de madeira atrás da orelha, símbolo do ofício de carpintaria. Ele sem dúvida falava o aramaico e o hebraico. Conhecia a Torá. Teve alguns irmãos. Morava em uma casa simples, em forma de um cubo. Nasceu em Belém, porém, foi criado em Nazaré da Galileia, daí o seu apelido : galileu. Usava barba, costume judaico, cabelo relativamente longo, uma túnica sem costura. Sua pele era provavelmente muito bronzeada pelo sol palestino. Nunca escreveu um livro. Nunca saiu para viajar pelos rincões do mundo. Não frequentou as escolas filosóficas gregas. Satirizou Herodes Antipas, chamando-o de aquela raposa. Ficou calado diante de Pilatos, quando este o interrogou-o. Cumpriu a profecia: como um cordeiro mudo diante de seus tosquiadores. Seu nome é usado por muitos atualmente, para manipular as massas. Irou-se diante da mercantilização da fé, no templo. Fato que se repete hoje em dia. Era o Verbo que se fez carne e habitou entre nós. É a verdade em forma de pele e de nervos, a verdade com cara de gente e cheiro de judeu suado. A sua ressurreição é a garantia da ressurreição de muitos. Este é Jesus.
     Para pensar.
     Prof. José Costa.

Postagem em destaque

O CRISTÃO ARRELIGIOSO E A IGREJA DEBUTE.

   Já escrevi sobre o teólogo alemão Dietrich  Bonhoeffer em outros artigos. Ele pastor , mártir e teólogo . Foi um dos grandes nomes da teo...