Martinho Lutero é sem dúvida uma figura polêmica. Para alguns ele foi a besta selvagem que pisou na vinha do Senhor. Para outros, no entanto, ele foi o herói que defendeu a fé em meio aos abusos da igreja. Um supra-humano.
Exageros à parte, é necessário o equilíbrio para podermos compreender melhor esta figura histórica.
Já comecei a falar dele em um artigo anterior, e vimos como sua descoberta na carta aos Romanos foi um doce para sua alma aflita. De fato, o que ele leu e interpretou é a verdade paulina, sem barganhas e sem mitos. Em 31 de outubro de 1517 expôs 95 teses na igreja de Wittenberg, na Alemanha, seu objetivo era apenas chamar teólogos ao debate, como era costume na época. No entanto, cópias desas teses começaram a circular no país. Ele foi auxiliado pela imprensa, nesse sentido. O Papa Leão X chegou a lançar uma bula, Exsurge Domini, excomungando o antigo monge. Ora, a denúncia de Lutero atingia diretamente o sistema com sua máquina de barganha, indulgências, ideia de méritos, etc. Chegavam a falar que a alma saía do purgatório no momento do tilintar da moeda no cofre eclesiástico.
Na Dieta de Worms (1521) ele foi condenado pelo imperador, conseguiu se esconder com o auxílio de um Príncipe. No exílio, traduziu a Bíblia para o alemão e escreveu vários hinos. No próximo artigo falaremos sobre as causas da reforma, que teve evidentemente componente vários, além da alma aflita de Lutero e a sua redescoberta da doce mensagem da justificação pela fé.
Pense Nisso, prof. José Costa.