sábado, 20 de outubro de 2012

REFORMA PROTESTANTE, O POLÊMICO LUTERO

     Martinho Lutero é sem dúvida uma figura polêmica. Para alguns ele foi a besta selvagem que pisou na vinha do Senhor. Para outros, no entanto, ele foi o herói que defendeu a fé em meio aos abusos da igreja. Um supra-humano.
  Exageros à parte, é necessário o equilíbrio para podermos compreender melhor esta figura histórica. 
     Já comecei a falar dele em um artigo anterior, e vimos como sua descoberta na carta aos Romanos foi um doce para sua alma aflita. De fato, o que ele leu e interpretou é a verdade paulina, sem barganhas e sem mitos. Em 31 de outubro de 1517 expôs 95 teses na igreja de Wittenberg, na Alemanha, seu objetivo era apenas chamar teólogos ao debate, como era costume na época. No entanto, cópias desas teses começaram a circular no país. Ele foi auxiliado pela imprensa, nesse sentido. O Papa Leão X chegou a lançar uma bula, Exsurge Domini, excomungando o antigo monge. Ora, a denúncia de Lutero atingia diretamente o sistema com sua máquina de barganha, indulgências, ideia de méritos, etc. Chegavam a falar que a alma saía do purgatório no momento do tilintar da moeda no cofre eclesiástico.
    Na Dieta de Worms (1521) ele foi condenado pelo imperador, conseguiu se esconder com o auxílio de um Príncipe. No exílio, traduziu a Bíblia para o alemão e escreveu vários hinos. No próximo artigo falaremos sobre as causas da reforma, que teve evidentemente componente vários, além da alma aflita de Lutero e a sua redescoberta da doce mensagem da justificação pela fé.
    Pense Nisso, prof. José Costa.

       

REFORMA PROTESTANTE, MARTINHO LUTERO

      Conforme já vimos, falar de Reforma Protestante não é tão simples assim. Já narramos a questão de Isabel, no século XV, falamos um pouco do Renascimento,e também abordamos as vozes discordantes antes de Lutero. Falaremos agora sobre o reformador mais famoso da história da igreja.
          Martinho Lutero nasceu na Alemanha, em 1483, na cidade de  Eisleben. Filho de camponeses. Seu pai chegou a trabalhar nas minas. Lutero cresceu em meio a angústias. Sua criação não foi tão fácil assim. Foi criado de modo muito severo, e, na escola ele era alvo de críticas dos professores, que o educavam de modo bastante rígido. Isto sem dúvida deixou marcas em sua alma. Para Lutero, Deus era um juiz extremamente severo. Aos 22 anos, ele torna-se um monge agostiniano, decepcionando seu pai que pretendia que ele fosse advogado. De alma aflita, esperava que os meios de graça que a igreja oferecia concedesse- lhe alívio.  Confessava pecados várias vezes durante o dia, praticava a auto-flagelação. Deus parecia que não estava ouvindo-o, na verdade, a imagem que ele possuía de Deus era de um carrasco terrível, sem compaixão. Era uma projeção da sua mente, e fruto de sua criação severa.
         A partir do ano de 1513 passou a dar aulas sobre a Bíblia, especificamente os Salmos, em 1515 ele começa a árdua tarefa de ensinar a carta aos Romanos, e em meio a leituras entende a mensagem central deste livro, que se encontra no capítulo primeiro e os versos 16 e 17, especificamente. Chegou a dizer que sua alma ficou arrebatada de alegria e sentiu que estava próximo ao paraíso.
           Continuarei no próximo artigo a jornada de Lutero, 
            Para pensar, Prof. José Costa.
          
         

REFORMA PROTESTANTE, UMA INTRODUÇÃO

                   Falar de reforma protestante não e fácil, pois, para a mente desavisada, a questão poderia ser resumida da seguinte forma: no século dezesseis, em 31 de outubro de 1517, um ex - monge chamado  Lutero, baseado em romanos 1: 16 e 17, fez uma reforma na igreja. Ponto final, tá explicado o assunto. Porém, para quem não está de brincadeira e deseja a verdade histórica, a coisa é muito mais complexa.
       Já falamos dos antecedentes imediatos da Reforma Protestante, vozes que foram caladas, na Idade Média houve gritos discordantes que denunciaram os abusos da igreja. Houve muitos bispos que ansiavam por uma mudança na estrutura clerical. Na Espanha do século quinze, com a rainha Isabel, conhecida como A CATÓLICA, houve uma reforma, nos moldes do catolicismo, ela empreendeu realizar uma façanha, fazer uma versão da Bíblia em várias línguas, o com efeito aconteceu, sob a chefia de Francisco Cisneros. Esta Bíblia é conhecida como POLIGLOTA COMPLUTENSE, e, foi realizada em dez anos, por vários eruditos, a saber, latinista, helenistas e judeus. Havia nela dicionários em hebraico, grego e latino. O próprio Cisneros chegou a afirmar que uma teologia mais pura tinha surgido, dando a entender que a palavra estava acima da tradição. A reforma proposta por Isabel também incluía uma renovação do espírito inquisitorial, com efeito, a partir do ano de 1478, a Espanha conseguiu do papa Sixto IV uma autorização para usar este instrumento repressor. O papa anuiu, e Isabel começa a sua reforma, prendendo judeus e todo espécie de "hereges", fortalecendo, assim, o seu poder. Vale lembrar que a época do absolutismo monárquico, e, a Inquisição espanhola dá novo vigor a a coroa, inclusive com confisco de bens dos denunciados, fortalecendo o cofre da monarquia.
        Para pensar, 
        Prof. José Costa.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

VOZES DA REFORMA ANTES DA REFORMA

            Durante a Idade Média, diante dos desmandos da igreja, em meio a toda sorte de luxo e pompa dos eclesiásticos. Em meio a um mar de tirania e perseguições, mortes, paganismos,  e tantos outros meios de intimidação de que já falamos, houve vozes discordantes.
             No século XIV, surgiram vozes como o inglês João Wycliff, com sua doutrina do senhorio, que afirmava categoricamente o fato de que todo bispo deveria servir e não ser servido. Argumentava também o fato de que o luxo e a pompa havia tomado a mente dos prelados. Ainda no século XIV, João Huss, na Boêmia enfatizou as mesmas verdades. Foi morto pela "santa inquisição" que de santa não tinha nada. Esta instituição, conforme vimos, foi criada por Inocêncio III, que de inocente não tinha nada. Ele viveu no século XIII, o auge do papado.
          Outro ator importante neste contexto de contestação foi Jerônimo Savonarola, prelado italiano que bradou em Florença contra os abusos desmedidos da igreja. Foi morto pela inquisição.
            Ao chegar o século dezesseis explode um acontecimento que vai mudar o curso da História e vai de encontro a todo sistema de penitência e de obras meritórias criados pelo paganismo romano nos séculos imediatamente anteriores. É o que vamos ver depois. 
                Para pensar, prof. José Costa.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

O RENASCIMENTO CIENTÍFICO, NO CONTEXTO DA REFORMA PROTESTANTE

      Este movimento ocorreu a partir do século XIV, tendo sua continuidade nos anos a seguir. O título Renascimento Científico não é adequado, pois, ele pressupõe que nos anos imediatamente anteriores ao movimento foram de trevas. O que não é verdade. O termo surgiu no século XVI, com um crítico de arte conhecido como Giorgio Vasari, especificamente no ano de 1550. Ora, ele dizia que o tempo no qual estava vivendo era uma época de ressurreição, de renovo, de despertamento. Vale dizer que se encontra implícito nestas palavras a ideia errada, de que, na idade Média tudo era trevas. O que não corresponde a realidade. Com efeito, na Idade Média, houve muita luz, haja vista o desenvolvimento da matemática com os árabes, da Química, da Filosofia, das artes, principalmente a arte gótica. Os mosteiros eram centros de estudos teológicos e linguísticos. Apesar do obscurantismo da igreja, houve vozes discordantes, e na própria igreja surgiram excelentes teólogos e filósofos. Nesta época surge o papel, a pólvora, e tantos outros conhecimentos, tanto na parte ocidental bem como na parte oriental do Império. Isto porque não citamos a Ásia, a África, tão esquecida durante a História e que legou a humanidade artes e conhecimento.
         Com o Renascimento Científico renasceram a possibilidade do espírito crítico que foi um dos fundamentos da Reforma Protestante. Falaremos disso posteriormente.
            Para Pensar, prof. José Costa.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O PAPA INOCÊNCIO III E A TRANSUBSTANCIAÇÃO

      O século treze foi marcado pela presença marcante do papa Inocêncio III, que de inocente não tinha nada. Ele é considerado como um dos papas mais importantes para a igreja. Astuto, verdadeira raposa, e dono de uma capacidade política muito grande. Tinha sede pelo poder. Inocêncio foi o autor da Inquisição, um dos instrumentos de tortura mais terríveis de toda História. Um verdadeiro meio de terror medieval. Vale lembrar que em setecentos anos de existência da Inquisição, milhões foram mortos.
       Este líder eclesiástico levou o papado ao auge do seu poder. Brigou com reis, com senhores feudais, etc. Subjugou o rei inglês, João sem terra, obrigando-o a pagar mais impostos para a igreja. Através de um instrumento chamado de interdito, pelo qual havia a suspensão de todos os direitos eclesiásticos para o país, ele manipulava reis.
         O quarto concílio de Latrão, encabeçado por ele, promulgou a doutrina da TRANSUBSTANCIAÇÃO, pela qual o pão e o vinho se transformam-se em carne e sangue de Cristo. Puro paganismo. Literalizando o que é simbólico, e fazendo de todos canibais. Violentando os sentidos e errando.
          Sem inocência, e para pensar, prof. José Costa.

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