sábado, 3 de novembro de 2012

O SÉCULO DEZESSETE E O FUNDAMENTALISMO RELIGIOSO

             Considero o século XVII como um dos mais contraditórios para a história da igreja. Alguns anos antes, houve a Reforma Protestante, Calvino, Lutero e companhia limitada. Logo após veio a Contrarreforma, já falamos sobre ela, um movimento de renovação da ortodoxia católica. 
             Ao chegar o século dezessete, o fundamentalismo acentuou-se. Ora, já discorremos um pouco sobre ele no artigo anterior. Todo fundamentalista é engessado, ele é capaz de colocar Deus em uma caixa de sapato, de confiná-lo, pelo menos é o que ele pretende fazer. Tentativa inútil. O fundamentalista não é aberto a propostas, ele é radicalista ( diferente de ser radical), ele pensa que a sua verdade é válida, pois, é letrista, não consegue enxergar o espírito do que está sendo dito. O fundamentalismo é morte, ele matou Jesus, estava impresso na mente dos religiosos da época de Jesus. Paulo lutou contra o espírito fundamentalista, Hypátia foi morta por causa dele( ver meu artigo sobre ela). O fundamentalista diz a "sua verdade" sem discernir que o que está sendo dito é erro de interpretação da sua mente, ele é discípulo do seu superego, é pagão na sua essência. É fechado em si. É dogmático, frio, sem vida, cabeça dura e sem discernimento da essência. Ele entende a coisa a sua maneira, a coisa é por que é sem possibilidade de exame. É gelado em si. Os dogmas do século dezessete, muitos deles, tem essência fundamentalista. Veremos mais detalhes no próximo artigo, Para pensar, Prof. José Costa.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A GUERRA DOS TRINTA ANOS. LIGA CATÓLICA UNIÃO EVANGÉLICA E FUNDAMENTALISMO DE AMBOS OS LADOS

        Ela foi uma das guerras mais devastadoras da Europa, envolveu países como a Alemanha, Suécia, França, entre outros. O palco de conflitos foi o Sacro Império Germânico ( atual Alemanha).
               O século era o XVII. Conforme foi dito, no século anterior  ocorreu a reforma Protestante ( ver os artigos anteriores sobre tal assunto). O tempo da guerra vai de 1618 à 1648. Ora, a base de tudo, além de causas econômicas, foi o FUNDAMENTALISMO RELIGIOSO de ambos os grupos. De um lado, a LIGA CATÓLICA, de outro lado a UNIÃO EVANGÉLICA.O conflito começou quando um grupo de protestantes espancaram uns monges católicos, em meio a uma procissão. O Imperador alemão, do partido católico, se opôs aos príncipes protestantes. Começam "as lapadas". A Suécia acudiu os protestantes e o seu rei Gustavo Adolfo é conhecido na História como um rei tolerante, pelo menos o que menos pregava o fundamentalismo, Queria, de fato, o fim do conflito e o entendimento de ambos os lados.
                 Todo fundamentalismo é uma desgraça, seja religioso ou científico. Seja político ou de outra natureza. O fundamentalista não acredita na possibilidade de mudança, a coisa é por que é segundo os seus princípios fixos. Ele não admite a conversa o diálogo. Toda a verdade deve ser resumida segundo a sua mentalidade engessada.
                 A guerra dos trinta anos ocorreu devido a intolerância e a tirania, de um lado, pregava-se um Deus católico, de outro lado, um Deus evangélico. E Deus não é nem uma dessas coisas ele é livre. A questão é ter consciência da relatividade humana e deixar toda presunção e juízo de lado. Todo orgulho moral. Todo fundamentalismo. E viver em paz, sem julgamentos. Porém com consciência crítica e aberto a possibilidade de rever conceitos engessados e frios em si. Após a Reforma o século dezessete caiu em um fundamentalismo que Lutero, com todos os seus erros, não pregou.  Para pensar. 
              Prof. José Costa.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A CONTRARREFORMA CATÓLICA

        Quando se fala em contrarreforma ( este nome já vem com a nova reforma ortográfica, curiosamente, rss), lembramos de imediato da cidade de Trento, norte da Itália, onde ocorreu um dos concílios mais famosos da História da igreja. Este concílio teve seu início em 1545 e terminou em 1563, teve, evidentemente, pausas nas discussões. Paulo III foi o papa que  o convocou. Poucos prelados foram ao concílio. Esta reunião foi extremamente conservadora, seu objetivo era impor uma linha reformadora não doutrinária, mas, prática. De fato, foi uma reafirmação do pensamento medieval e dos instrumentos de tortura e perseguição "herética".
          Foram reafirmadas a instituição da inquisição, principalmente na Itália, onde muitos foram duramente perseguidos. A ideia básica era de que a força devia ser usada para impor o pensamento da igreja. O concílio, é evidente, fortalecia o poder papal. A transubstanciação pensamento oriundo do século treze, através do concílio de Latrão, também foi reforçado. Além disso, a grito dos reformadores sobre a graça foi sufocado, priorizando a ideia do mérito, cujo fundamento é totalmente contra o pensamento paulino da carta aos Romanos. Houve vozes discordantes, porém, prevaleceu o pensamento da toda-poderosa cúria clerical.
          Para pensar, pensar, pensar, etc.
          Prof. José Costa.

domingo, 28 de outubro de 2012

A TEOLOGIA DE LUTERO: A GRAÇA E A LEI

       Para Lutero, a lei e a graça não eram duas coisas antagônicas, ou seja, oriundas de fontes distintas. É verdade que a lei não salva, porém, ele tem sua origem em Deus e teve seu objetivo desfigurado. Existe lei no Antigo testamento assim como existe graça, ou seja, a graça não está restrita ao Novo testamento. A lei é revelada para condenar, revela, portanto, o juízo divino ao pecador, a graça vem em direção ao pecador exatamente como resposta a esta condenação. Lei e graça são partes da revelação de Deus. 
      O pecador tem em Jesus esta justificação, na cruz, no escândalo da cruz. É na teologia da cruz que está a resposta para a enfermidade humana. É a cruz que inclui e transforma. Cruz é renúncia, é doação, é amor. O ímpio se faz justo e esta justificação é escandalosa, na medida que a mente humana não a entende. A mentalidade farisaica não a compreendeu. Por esta razão, é preciso entender que o justo é colocado nesta posição pelo Pai, mediante a oferta radical de Jesus na cruz. Lutero dizia: "Antes não havia na lei nenhuma delícia para mim. Porém, agora descobri que a Lei é boa e saborosa, e que me tem sido dada para que eu viva, e agora encontro nela prazer." 
       É para pensar, Prof. José Costa.

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O CRISTÃO ARRELIGIOSO E A IGREJA DEBUTE.

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