sábado, 10 de novembro de 2012

WESLEY E O METODISMO PARTE II

        No artigo anterior falamos um pouco sobre o evangelista wesley. Enfatizamos o fato de que ele era filho de um ministro anglicano e como ele reuniu-se a um grupo estudantes da universidade de Oxford sob a liderança do seu irmão Carlos. De fato, o movimento que surgia era uma espécie de reuniões que muitos estavam fazendo para estudar as Escrituras de modo mais aprofundado. Passaram a reunir-se em casas e possuíam uma consciência profunda da sua fé. Os seus observadores deram-lhes o nome de METODISTAS e eles aceitaram tal epíteto. Por isso é que podemos dizer que ele não fundou o movimento, mas,  foi o coração dele, ou seja, deu-lhe um novo impulso. O movimento pietista influenciou Wesley, e o metodismo nascente foi, de certa forma, uma diferenciação diante do gelo no qual se encontrava a igreja. O metodismo foi conhecido desde cedo pelo seu senso de justiça social e pela suas pregações ousadas e cheias de vida, de amor.
             Wesley ainda estava engajado na igreja anglicana, de fato, o Metodismo era uma vertente do anglicanismo, porém, as autoridades anglicanas não viam com bons olhos tal movimento, o próprio Wesley não pretendia desvincular-se oficialmente, porém, foi obrigado por causa do grande crescimento metodista e pela obrigação legal de desvincular-se. Mesmo relutando, saiu oficialmente. Suas pregações eram cheias de paixão e de alegria,  visitou a América do Norte, em especial a Geórgia, após a independência americana, voltou à Inglaterra, os princípios anglicanos nunca saíram definitivamente dele. O metodismo cresceu na América do Norte.
             Prof.José Costa.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

PARA NÃO ESQUECER

       PARA NÃO ESQUECER,
     DEUS NÃO É PENTECOSTAL;   
     DEUS NÃO É EVANGÉLICO;
     DEUS NÃO É CATÓLICO;
     A BÍBLIA NÃO É AMULETO;
     ORAÇÃO NÃO É MAGIA;
     BATISMO NÃO PURIFICA NINGUÉM ( NO INTERIOR);
     HITLER NÃO ERA ALEMÃO;
    A REVOLUÇÃO AMERICANA, NÃO FOI, DE FATO, UMA VERDADEIRA REVOLUÇÃO;
     WESLEY NÃO FUNDOU O METODISMO;
      OS ÍNDIOS NÃO SE CHAMAVAM ASSIM;
     CABRAL NÃO DESCOBRIU O BRASIL; COLOMBO NÃO ERA ESPANHOL;
      MARIA MADALENA NÃO ERA PROSTITUTA;
  A FILOSOFIA NÃO NASCEU NA GRÉCIA ( CONTINENTAL);
      A CAIXA PRETA DO AVIÃO NÃO É PRETA;
      A TERRA NÃO É REDONDA;
      E A ÁFRICA NÃO É UM PAÍS.
      PROF. JOSÉ COSTA.

JOÃO WESLEY E OS METODISTAS

       Ainda estamos falando dos séculos XVII e XVIII, já observaram isto, com toda certeza. Nos artigos anteriores vimos que  boa parte do século XVII foi marcada pelo espírito gelado e engessado do puritanismo inglês, que se transformaram em moralistas. O calvinismo também virou um sistema frio, a tal ponto de muitos calvinistas perseguirem arminianos ao estilo católico medieval. Descartes com o seu racionalismo, o deísmo inglês, etc.
      Diante deste quadro os quakers, na América do Norte toleravam os índios e viviam pacificamente com eles, plantando o seu trigo, a sua aveia. Neste contexto surgiram os movimentos pietistas e moravianos que tiveram grande impacto na vida de John Wesley. E o que vamos ver.
      Wesley era filho de Suzana e de Samuel, um ministro anglicano que inculcou nele os princípios morais do anglicanismo. Quando tinha cinco anos de idade ele foi salvo de um incêndio e sua mãe passou a chamá-lo de um " tição tirado do fogo".  Ele nasceu em 1703, na Inglaterra e desde cedo destacou-se pelas leituras que fazia, principalmente obras de devoção. Em Oxford, passou a ensinar grego e filosofia, nesta época entrou em contato com um grupo de estudantes que passavam a tarde estudando as Escrituras, sob a liderança do seu irmão Carlos. Este contato iria mudar a sua vida profundamente, como veremos no próximo artigo.
       Prof.José Costa.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

VOLTAIRE

        Ele foi se dúvida nenhuma um dos maiores filósofos da sua época ( séc. XVIII).  Voltaire era francês. Testemunhou as guerras de religião do seu país. Aos trinta anos ele foi obrigado a se refugiar na Inglaterra, pois, havia sido preso pelo menos duas vezes pelo fato de criticar a pompa da nobreza. Em Londres ele leu avidamente as ideias de João Lock, que advogava a tolerância religiosa. Voltaire foi a própria alma do iluminismo francês e um dos ideólogos da Revolução Francesa ( 1789), ele foi a própria essência do iluminismo.
          Uma das características mais marcantes deste filósofo foi a sua crítica ao espírito fanático do seu tempo. Chegou a dizer que a intolerância, o fanatismo e o sectarismo eram a patologia da alma. Nisto estava certo. Voltaire soube entender o espírito cristão mais do que muitos que professavam o nome de Cristo. Era um voraz crítico e audacioso.
            Algumas de sua obras são: A MORTE DE CÉSAR; ÉDIPO; TRATADO SOBRE A TOLERÂNCIA; DICIONÁRIO FILOSÓFICO E CARTAS INGLESAS. TAMBÉM ESCREVEU QUESTÕES SOBRE ENCICLOPÉDIA.
           "Insensatos, nunca fostes capazes de render culto puro ao Deus que vos criou! monstros, que necessitais de superstição, como corvos da carniça." ( Voltaire, Dicionário Filosófico).
             Voltaire foi "o cara". Diferente do que pensam, não era ateu.
           Prof. José Costa.   

terça-feira, 6 de novembro de 2012

OS QUAKERS

      O nome lembra  aveia.É verdade. Tem tudo a ver. No século dezessete surgiu um grupo de indivíduos liderados por um homem chamado Jorge Fox, um aprendiz de sapateiro que começou a visitar vários grupos religiosos a fim de observá-los. Com o tempo, este homem começa a pregar e a dizer que as igrejas nada mais eram de que prédios com campanários, nisto estava certo. O apelido quaker logo surgiu, palavra que significa tremer, pois, segundo diziam, ele pregava com intensidade.
       Jorge Fox combateu duramente a pompa no culto, até chegar ao extremo de dizer que os sacramentos não eram necessários, bastava a "luz interior". Ora, é verdade que existe uma supervalorização dos "sacramentos" ( coloco entre aspas para não supervalorizá-los), pois em cristo tudo é sacro, porém, negar o batismo e a ceia não é prudente, embora não possuam valor em si mesmos. Os extremos devem ser evitados.
        O que mais me admira nos quakers são o espírito de tolerância que caracterizavam este grupo, pois, ao chegarem na América do Norte, fizeram o que grande parte dos puritanos não fizeram, conseguiram viver pacificamente com os índios e plantarem as sua aveias. O que existe do espírito de tolerância na constituição Norte-americana nós devemos a eles.
         Prof. José Costa.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

CALVINISMO E ARMINIANISMO, CALVINO NÃO ERA CALVINISTA E ARMÍNIO NÃO ERA ARMINIANO

      James Armínio foi um teólogo holandês que viveu no século XVII e se propôs a estudar e refutar doutrinas anti-calvinistas. Curiosamente, ele não debateu com Calvino, aliás, quando ele nasceu João Calvino veio a falecer poucos anos depois, quando Armínio era criança. Em meio aos seus estudos reconheceu, segundo ele, que a predestinação tinha por base o conhecimento de Deus. No demais Armínio era seguidor de Calvino, na doutrina da ceia,por exemplo. Os cinco pontos arminiano não foi realizado por ele, pois, já havia falecido quando os fizeram, por isso, que digo que Armínio não era arminiano. Calvino, possivelmente, iria ser contra o título  calvinista, tudo o que ele queria era ensinar a palavra, o calvinismo, portanto, foi produto da mente dos seus seguidores.
       Na época da formulação dos cinco pontos calvinistas ( termo no mínimo curioso) a Holanda brigava com a Espanha, que apoiava os comerciantes arminianos, logo, os calvinistas eram vistos com maus olhos pelos espanhóis. Com a independência da Holanda diante da Espanha, no século XVII, o calvinismo ganhou força, enquanto rolava a assembleia de Westminster, e a doutrina calvinista estava sendo engessada, arminianos eram presos por frios calvinistas fundamentalistas. Praticamente ninguém, ou quase ninguém fala sobre isso.  Existem verdades no "calvinismo", é verdade que a fé é dom de Deus, também é verdade que existe a perseverança até o fim, é verdade que Deus  soberano. Também é verdade que são duas coisas irreconciliáveis , liberdade humana e vontade divina, e explicar isto é inexplicável. "O HOMEM É SÍNTESE DE LIBERDADE E NECESSIDADE" . DEUS NÃO É CALVINISTA NEM ARMINIANO, DEUS NÃO É FUNDAMENTALISTA. Ele é livre. O PECADO É LIBERDADE MAU USADA E DEUS USA O MAU PARA O BEM.
  Calvinismo e arminianismo são sistemas criados pelos fundamentalistas do século dezessete. A palavra é.O fundamento está posto. 
       Quem lê , entenda,
        para provocar e problematizar, 
        Prof. José Costa.

O RACIONALISMO DE DESCARTES, PENSO, LOGO, EXISTO

       René Descartes ( se pronuncia Decartes) era francês. Viveu boa parte de sua vida na Suécia. A base do seu pensamento é o racionalismo, sistema que coloca a razão como suprema juíza de todas as coisas. É famosa a sua frase: "penso, logo, existo. É o cogito, ergo sum. Para o francês Decartes, tudo deve passar pelo crivo da razão, e mais, deve-se duvidar de tudo, menos de Deus e de nós mesmos, pois, se nós pensamos, logo existimos, e Deus é provado pelo fato de que a minha mente tem a ideia de Deus, ora, "nada pode produzir algo maior que si mesmo, logo Deus existe".
       Decartes é famoso na História da Filosofia e na teologia por tentar provar a relação entre alma e corpo. Para ele, o corpo é coisa  extensa e mente é coisa pensante. a relação que ocorre entre os dois é difícil de explicar, porém, ele tentou dá solução ao problema da seguinte forma: quando o corpo entra em movimento, a alma, por uma ação direta de Deus, também se movimenta. este pensamento é conhecido como ocasionalismo na teologia, e é , com efeito, uma das explicações da intricada relação corpo e alma.
       Cartésio ( outro nome para Decartes) era filho da sua época e montou um sistema fundamentalista de pensar, fechado em si, o racionalismo.
    Para pensar, pois, se penso, logo, desisto de certas ideias preconcebidas. Pare problematizar.
         Prof. José Costa.

domingo, 4 de novembro de 2012

O MOVIMENTO PURITANO E O FUNDAMENTALISMO

         A Inglaterra foi palco de um dos movimentos mais conhecidos da História: o movimento puritano. O século era o dezessete e havia um conflito entre parlamento e o rei. Leiam a História que vocês verão maiores detalhes. O puritanismo começou bem, pregava uma volta aos princípios bíblicos, uma vida mais devota, etc. todavia, caiu no fundamentalismo frio. Conforme já disse, o século XVII foi palco da frieza, da rigidez, do dogmatismo castrador e doentio, salvo alguns movimentos que veremos posteriormente, como por exemplo, os quakers e o metodismo de João Wesley ( embora ele não denominasse o seu movimento assim). Estes dois movimentos se afastaram do fundamentalismo e deram vida a igreja. Falaremos posteriormente sobre eles.
        O puritanismo pregava  que o governo de um único homem era tirania e acabou se tornando parte desta tirania quando decapitaram o rei, Carlos I, e impôs uma ditadura pessoal na figura de Oliver Cromwell 1649/1658. Este restringiu o teatro e não concebeu liberdade religiosa ao catolicismo e nem ao anglicanismo. Na América do Norte o puritanismo pregou o DESTINO MANIFESTO, ou seja, a marcha para o oeste, isto significava índios dizimados e expropriados das sua terras. Milhões foram perseguidos. Além disso, poucos sabem, mas, enquanto acontecia a assembleia de Westminster, muitos, em nome desta assembleia, forma perseguidos e encarcerados, pelo fato de serem arminianos. É verdade que houve muitos puritanos não gelados nem fundamentalistas e que eram verdadeiras luzes, porém a nata do movimento gelou e engessou-se. Infelizmente.
     Sem parcialidades e com muita verdade histórica, sem denominacionalismos, quem lê, entenda, prof. José Costa.
            Para pensar.
        

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