sábado, 18 de agosto de 2012

A VIDA NOS TEMPOS DE JESUS, A MULHER EM ISRAEL

            Na antiguidade, a condição da mulher era absolutamente de inferioridade. Em Roma, por exemplo, era vista como uma espécie de empregada do lar, embora a condição nesta cidade era melhor do que na Grécia, alguns poucos romanos não possuíam esta mentalidade. Na Grécia, ela era inferiorizada. Esparta era uma exceção, mesmo assim, era vista como procriadora de espartanos saudáveis. Nos tempos de Cristo, na Palestina, o sexo feminino era tido como um objeto. Alguns escribas chegaram a dizer que a mulher não possuía alma, outros que ela era um bem, assim como uma casa, uma capa, etc.
       O marido podia pedir o divórcio por qualquer motivo, um simples almoço que queimasse era tido como um motivo de separação, se assim o homem desejasse. Era proibido para uma mulher falar com um homem em público, e quando Jesus conversou com uma samaritana escandalizou os discípulos. O Mestre não compartilhava, evidentemente, com esta posição de espoliação pela qual a mulher era alvo. Foi servido por mulheres e deixou ser tocado por uma "pecadora" na casa de Simão. A mulher que foi flagrada em adultério foi alvo da bondade de Jesus, quando estava sendo acusada por Fariseus moralistas e tarados ( todo moralista é pervertido interiormente, o seu moralismo mostra a sua condição interior de perversão)  ela foi perdoada do seu erro e advertida a não praticá-lo de novo. Mulheres na Bíblia são tratadas pelos escritores com certa benevolência e quando Paulo diz que os maridos amem suas esposas como Cristo amou a igreja mostra claramente que o texto bíblico não é machista, ao contrário, é libertador.
            Falando com confiança e esperando ser entendido.
            Para refletir.
            Prof. José Costa.
            

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

A VIDA NOS TEMPOS DE JESUS. CRISTO FALAVA GREGO, HEBRAICO OU ARAMAICO?

     Que a Palestina nos dias de Cristo era domínio Romano todo mundo sabe, porém, vale perguntar: que língua Jesus falava? Será que o latim era usado por Ele em suas parábolas? bom, basicamente falando, podemos resumir a questão da seguinte maneira: a Terra de Israel, em seus dias era palco de conflitos, choques culturais, etc. o HEBRAICO foi uma língua dominante durante grande parte dos tempos bíblicos do Antigo Testamento. podemos dizer por exemplo, que Davi falava hebraico, bem como Salomão e Roboão. Boa parte dos escritos bíblicos foram redigidos em HEBRAICO. Após o exílio  na Babilônia, porém, quando os judeus voltaram a Terra Santa, o ARAMAICO passou a ser a língua corrente, pois, o Império Persa difundiu tal língua. Este ARAMAICO não era, como pensam alguns, uma corruptela do HEBRAICO. Absolutamente não. Era uma língua que derivava dos Sírios, uns parentes dos Judeus. eram também chamados de Arameus, a esposa de Jacó, Raquel, foi descendente deles.
      Quando chegou os dias de Jesus, a plenitude dos tempos, o hebraico era a língua da liturgia, dos cultos oficiais, dos escritos sagrados, porém, o ARAMAICO era a língua do dia a dia. Jesus falava HEBRAICO, pois, na sinagoga ele ler  o texto sem auxílio de intérprete, no entanto, no cotidiano a sua fala era aramaica, como da maior parte dos judeus da Palestina. Não sabemos se ele falava grego, não há prova disso, é possível que sim, todavia, não há certeza. Partes de Mateus foi escrita em ARAMAICO, e expressões como ABBA é puro aramaico. Talita Cumi também é expressão desta língua. Quem se interessar pelo assunto, leia JOAQUIM JEREMIAS, especialista em Novo Testamento, e nas parábolas de Jesus.
       Para aramaizar, ops, para pensar.
       Prof. José Costa.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

A VIDA NOS TEMPOS DE JESUS, A ESCRAVIDÃO EM ISRAEL.

     Havia escravos entre os Judeus nos dias de Jesus? a resposta é sim. O Antigo Testamento mostra claramente que existia, entre os Hebreus, uma forma de escravidão, e esta ainda vigorava nos dias de Cristo. Vale porém salientar que esta instituição tão perversa chamada escravidão não era praticada da mesma maneira em relação aos romanos e gregos, por exemplo. Ora, em Roma o escravo era considerado uma mercadoria, na Grécia também. Na História do Brasil o sistema escravocrata foi cruel, com raras exceções de alguns senhores mais humanos. Em relação aos tempos do Antigo Testamento, ela havia diminuído, porém, basta ler algumas páginas do Novo Testamento para notar que  ainda existia.
     Jesus, em algumas parábolas, faz alusão a escravos (servos). No entanto, era uma escravidão mais humanizada, mais branda, por assim dizer. Era proibido ao senhor do escravo mutilá-lo, por exemplo. Maltratar um servo, nem pensar. Os israelitas deviam se lembrar dos tempos em que foram escravos no Egito. O Antigo Testamento asseverava que se um senhor ferisse seu servo, devia libertá-lo. Existia um ditado na época de Cristo que dizia o seguinte:  quem adquire um escravo, adquire um custo, um peso a mais. Vale lembrar que, após sete anos, o escravo Hebreu devia ser libertado. Diante de tudo isto fica fácil entender porque Jesus não bradou contra a escravidão nos seus dias. Frisou, no entanto, a escravidão espiritual.
      Para pensar.
      Prof. José Costa.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

A VIDA NOS DIAS DE JESUS, HERODES, O GRANDE.

     O Império Romano dominava a região da Judeia quando Jesus nasceu, no entanto, havia um homem com um título de Rei que administrava esta região em nome do Imperador, este homem era Herodes, O Grande. Como ele chegou ao poder? a história é longa e cheia de tramas, intrigas e traições, no entanto, irei direto ao assunto, tentarei resumir a questão.
       Lembram da história narrada por Mateus, acerca da matança dos inocentes? esta ordem de matar as crianças veio deste homem. Ele chegou ao seu cargo por meio de manipulações e estratégias políticas, ora, décadas antes, Roma estava envolvida em um jogo de poder onde figuravam Júlio César, Marco Antônio e Otávio augusto, César foi assassinado, Antônio suicidou-se sobrou Otávio, que, torna-se Imperador, a judeia estava envolvida numa guerra civil, cuja explicação tomaria muito tempo. Herodes foi escolhido por Otávio Augusto para pacificar o território. Conseguiu o feito e passou 41 anos no poder. Ele era um homem hábil na política, porém, cruel, não hesitou em matar a própria mulher quando suspeitou dela. Era um homem de várias facetas. Este Herodes não deve ser confundido com Herodes Antipas, "aquela raposa" no dizer de Jesus. Quando ele morreu Jesus ainda era criança e o "seu território" foi "herdado por seus filhos: Herodes Antipas, Herodes Filipe e Arquelau. Antipas ficou com a Galileia; Filipe com a Itureia e Arquelau com a Judeia. Arquelau morreu e a judeia passou a ser administrada por procuradores, sendo Pôncio Pilatos o procurador na época de Jesus.
         Quem lê, vai entender.
          Prof. José Costa.

domingo, 12 de agosto de 2012

BOM PRAZER E MAU PRAZER. A NEUROSE CRISTÃ E A LICENCIOSIDADE ANTIGA.

     Na sociedade romana antiga, bem como na Grécia da antiguidade, com algumas exceções, o prazer era enfatizado como algo bom, digo, o prazer pelo prazer. Ora, isto gerou a licenciosidade tão evidente nessas sociedades. A História nos mostra que tais sociedades antigas eram marcadas pelo desregramento, pela total degradação humana, haja vista os bacanais gregos e romanos. Com o advento do Cristianismo, o pêndulo partiu pra outra direção: a total supressão das pulsões, na Idade Média, por exemplo, a mulher que tivesse um orgasmo era alvo da tirania eclesiástica. Isto gerou muita neurose e histeria. Freud que o diga, o século dezenove foi o século da histeria.
            A meu ver o prazer é algo bom, aliás, comer dá prazer, tomar água, conversar com os amigos, etc. é o bom prazer, sem exageros. O prazer torna-se mal quando ele dilui o ser, quando vem acompanhado de falta de solução para o ser, quando vem acompanhado do desvalor, da insanidade, da falta de limites, da falta de inteligência. Quando vem desacompanhado do amor que lhe dá maturidade e legitimidade. Existe um bom prazer e o mau prazer, a promiscuidade, os bacanais dos antigos gregos, a entrega a toda forma de paixão dos antigos sem o vínculo da afetividade era um mau prazer, visto que vinha acompanhado, também, da falta de afetividade focada em um sujeito relacional de amor. Quando este prazer vem acompanhado de afetividade relacional é o prazer alegre, com gozo, quando existe vida e afeição relacional, sem dissolução do ser.Quem lê, entenda.
                Prof. José Costa.

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