terça-feira, 6 de novembro de 2012

OS QUAKERS

      O nome lembra  aveia.É verdade. Tem tudo a ver. No século dezessete surgiu um grupo de indivíduos liderados por um homem chamado Jorge Fox, um aprendiz de sapateiro que começou a visitar vários grupos religiosos a fim de observá-los. Com o tempo, este homem começa a pregar e a dizer que as igrejas nada mais eram de que prédios com campanários, nisto estava certo. O apelido quaker logo surgiu, palavra que significa tremer, pois, segundo diziam, ele pregava com intensidade.
       Jorge Fox combateu duramente a pompa no culto, até chegar ao extremo de dizer que os sacramentos não eram necessários, bastava a "luz interior". Ora, é verdade que existe uma supervalorização dos "sacramentos" ( coloco entre aspas para não supervalorizá-los), pois em cristo tudo é sacro, porém, negar o batismo e a ceia não é prudente, embora não possuam valor em si mesmos. Os extremos devem ser evitados.
        O que mais me admira nos quakers são o espírito de tolerância que caracterizavam este grupo, pois, ao chegarem na América do Norte, fizeram o que grande parte dos puritanos não fizeram, conseguiram viver pacificamente com os índios e plantarem as sua aveias. O que existe do espírito de tolerância na constituição Norte-americana nós devemos a eles.
         Prof. José Costa.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

CALVINISMO E ARMINIANISMO, CALVINO NÃO ERA CALVINISTA E ARMÍNIO NÃO ERA ARMINIANO

      James Armínio foi um teólogo holandês que viveu no século XVII e se propôs a estudar e refutar doutrinas anti-calvinistas. Curiosamente, ele não debateu com Calvino, aliás, quando ele nasceu João Calvino veio a falecer poucos anos depois, quando Armínio era criança. Em meio aos seus estudos reconheceu, segundo ele, que a predestinação tinha por base o conhecimento de Deus. No demais Armínio era seguidor de Calvino, na doutrina da ceia,por exemplo. Os cinco pontos arminiano não foi realizado por ele, pois, já havia falecido quando os fizeram, por isso, que digo que Armínio não era arminiano. Calvino, possivelmente, iria ser contra o título  calvinista, tudo o que ele queria era ensinar a palavra, o calvinismo, portanto, foi produto da mente dos seus seguidores.
       Na época da formulação dos cinco pontos calvinistas ( termo no mínimo curioso) a Holanda brigava com a Espanha, que apoiava os comerciantes arminianos, logo, os calvinistas eram vistos com maus olhos pelos espanhóis. Com a independência da Holanda diante da Espanha, no século XVII, o calvinismo ganhou força, enquanto rolava a assembleia de Westminster, e a doutrina calvinista estava sendo engessada, arminianos eram presos por frios calvinistas fundamentalistas. Praticamente ninguém, ou quase ninguém fala sobre isso.  Existem verdades no "calvinismo", é verdade que a fé é dom de Deus, também é verdade que existe a perseverança até o fim, é verdade que Deus  soberano. Também é verdade que são duas coisas irreconciliáveis , liberdade humana e vontade divina, e explicar isto é inexplicável. "O HOMEM É SÍNTESE DE LIBERDADE E NECESSIDADE" . DEUS NÃO É CALVINISTA NEM ARMINIANO, DEUS NÃO É FUNDAMENTALISTA. Ele é livre. O PECADO É LIBERDADE MAU USADA E DEUS USA O MAU PARA O BEM.
  Calvinismo e arminianismo são sistemas criados pelos fundamentalistas do século dezessete. A palavra é.O fundamento está posto. 
       Quem lê , entenda,
        para provocar e problematizar, 
        Prof. José Costa.

O RACIONALISMO DE DESCARTES, PENSO, LOGO, EXISTO

       René Descartes ( se pronuncia Decartes) era francês. Viveu boa parte de sua vida na Suécia. A base do seu pensamento é o racionalismo, sistema que coloca a razão como suprema juíza de todas as coisas. É famosa a sua frase: "penso, logo, existo. É o cogito, ergo sum. Para o francês Decartes, tudo deve passar pelo crivo da razão, e mais, deve-se duvidar de tudo, menos de Deus e de nós mesmos, pois, se nós pensamos, logo existimos, e Deus é provado pelo fato de que a minha mente tem a ideia de Deus, ora, "nada pode produzir algo maior que si mesmo, logo Deus existe".
       Decartes é famoso na História da Filosofia e na teologia por tentar provar a relação entre alma e corpo. Para ele, o corpo é coisa  extensa e mente é coisa pensante. a relação que ocorre entre os dois é difícil de explicar, porém, ele tentou dá solução ao problema da seguinte forma: quando o corpo entra em movimento, a alma, por uma ação direta de Deus, também se movimenta. este pensamento é conhecido como ocasionalismo na teologia, e é , com efeito, uma das explicações da intricada relação corpo e alma.
       Cartésio ( outro nome para Decartes) era filho da sua época e montou um sistema fundamentalista de pensar, fechado em si, o racionalismo.
    Para pensar, pois, se penso, logo, desisto de certas ideias preconcebidas. Pare problematizar.
         Prof. José Costa.

domingo, 4 de novembro de 2012

O MOVIMENTO PURITANO E O FUNDAMENTALISMO

         A Inglaterra foi palco de um dos movimentos mais conhecidos da História: o movimento puritano. O século era o dezessete e havia um conflito entre parlamento e o rei. Leiam a História que vocês verão maiores detalhes. O puritanismo começou bem, pregava uma volta aos princípios bíblicos, uma vida mais devota, etc. todavia, caiu no fundamentalismo frio. Conforme já disse, o século XVII foi palco da frieza, da rigidez, do dogmatismo castrador e doentio, salvo alguns movimentos que veremos posteriormente, como por exemplo, os quakers e o metodismo de João Wesley ( embora ele não denominasse o seu movimento assim). Estes dois movimentos se afastaram do fundamentalismo e deram vida a igreja. Falaremos posteriormente sobre eles.
        O puritanismo pregava  que o governo de um único homem era tirania e acabou se tornando parte desta tirania quando decapitaram o rei, Carlos I, e impôs uma ditadura pessoal na figura de Oliver Cromwell 1649/1658. Este restringiu o teatro e não concebeu liberdade religiosa ao catolicismo e nem ao anglicanismo. Na América do Norte o puritanismo pregou o DESTINO MANIFESTO, ou seja, a marcha para o oeste, isto significava índios dizimados e expropriados das sua terras. Milhões foram perseguidos. Além disso, poucos sabem, mas, enquanto acontecia a assembleia de Westminster, muitos, em nome desta assembleia, forma perseguidos e encarcerados, pelo fato de serem arminianos. É verdade que houve muitos puritanos não gelados nem fundamentalistas e que eram verdadeiras luzes, porém a nata do movimento gelou e engessou-se. Infelizmente.
     Sem parcialidades e com muita verdade histórica, sem denominacionalismos, quem lê, entenda, prof. José Costa.
            Para pensar.
        

sábado, 3 de novembro de 2012

O SÉCULO DEZESSETE E O FUNDAMENTALISMO RELIGIOSO

             Considero o século XVII como um dos mais contraditórios para a história da igreja. Alguns anos antes, houve a Reforma Protestante, Calvino, Lutero e companhia limitada. Logo após veio a Contrarreforma, já falamos sobre ela, um movimento de renovação da ortodoxia católica. 
             Ao chegar o século dezessete, o fundamentalismo acentuou-se. Ora, já discorremos um pouco sobre ele no artigo anterior. Todo fundamentalista é engessado, ele é capaz de colocar Deus em uma caixa de sapato, de confiná-lo, pelo menos é o que ele pretende fazer. Tentativa inútil. O fundamentalista não é aberto a propostas, ele é radicalista ( diferente de ser radical), ele pensa que a sua verdade é válida, pois, é letrista, não consegue enxergar o espírito do que está sendo dito. O fundamentalismo é morte, ele matou Jesus, estava impresso na mente dos religiosos da época de Jesus. Paulo lutou contra o espírito fundamentalista, Hypátia foi morta por causa dele( ver meu artigo sobre ela). O fundamentalista diz a "sua verdade" sem discernir que o que está sendo dito é erro de interpretação da sua mente, ele é discípulo do seu superego, é pagão na sua essência. É fechado em si. É dogmático, frio, sem vida, cabeça dura e sem discernimento da essência. Ele entende a coisa a sua maneira, a coisa é por que é sem possibilidade de exame. É gelado em si. Os dogmas do século dezessete, muitos deles, tem essência fundamentalista. Veremos mais detalhes no próximo artigo, Para pensar, Prof. José Costa.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A GUERRA DOS TRINTA ANOS. LIGA CATÓLICA UNIÃO EVANGÉLICA E FUNDAMENTALISMO DE AMBOS OS LADOS

        Ela foi uma das guerras mais devastadoras da Europa, envolveu países como a Alemanha, Suécia, França, entre outros. O palco de conflitos foi o Sacro Império Germânico ( atual Alemanha).
               O século era o XVII. Conforme foi dito, no século anterior  ocorreu a reforma Protestante ( ver os artigos anteriores sobre tal assunto). O tempo da guerra vai de 1618 à 1648. Ora, a base de tudo, além de causas econômicas, foi o FUNDAMENTALISMO RELIGIOSO de ambos os grupos. De um lado, a LIGA CATÓLICA, de outro lado a UNIÃO EVANGÉLICA.O conflito começou quando um grupo de protestantes espancaram uns monges católicos, em meio a uma procissão. O Imperador alemão, do partido católico, se opôs aos príncipes protestantes. Começam "as lapadas". A Suécia acudiu os protestantes e o seu rei Gustavo Adolfo é conhecido na História como um rei tolerante, pelo menos o que menos pregava o fundamentalismo, Queria, de fato, o fim do conflito e o entendimento de ambos os lados.
                 Todo fundamentalismo é uma desgraça, seja religioso ou científico. Seja político ou de outra natureza. O fundamentalista não acredita na possibilidade de mudança, a coisa é por que é segundo os seus princípios fixos. Ele não admite a conversa o diálogo. Toda a verdade deve ser resumida segundo a sua mentalidade engessada.
                 A guerra dos trinta anos ocorreu devido a intolerância e a tirania, de um lado, pregava-se um Deus católico, de outro lado, um Deus evangélico. E Deus não é nem uma dessas coisas ele é livre. A questão é ter consciência da relatividade humana e deixar toda presunção e juízo de lado. Todo orgulho moral. Todo fundamentalismo. E viver em paz, sem julgamentos. Porém com consciência crítica e aberto a possibilidade de rever conceitos engessados e frios em si. Após a Reforma o século dezessete caiu em um fundamentalismo que Lutero, com todos os seus erros, não pregou.  Para pensar. 
              Prof. José Costa.

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O CRISTÃO ARRELIGIOSO E A IGREJA DEBUTE.

   Já escrevi sobre o teólogo alemão Dietrich  Bonhoeffer em outros artigos. Ele pastor , mártir e teólogo . Foi um dos grandes nomes da teo...