quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A CONTRARREFORMA CATÓLICA

        Quando se fala em contrarreforma ( este nome já vem com a nova reforma ortográfica, curiosamente, rss), lembramos de imediato da cidade de Trento, norte da Itália, onde ocorreu um dos concílios mais famosos da História da igreja. Este concílio teve seu início em 1545 e terminou em 1563, teve, evidentemente, pausas nas discussões. Paulo III foi o papa que  o convocou. Poucos prelados foram ao concílio. Esta reunião foi extremamente conservadora, seu objetivo era impor uma linha reformadora não doutrinária, mas, prática. De fato, foi uma reafirmação do pensamento medieval e dos instrumentos de tortura e perseguição "herética".
          Foram reafirmadas a instituição da inquisição, principalmente na Itália, onde muitos foram duramente perseguidos. A ideia básica era de que a força devia ser usada para impor o pensamento da igreja. O concílio, é evidente, fortalecia o poder papal. A transubstanciação pensamento oriundo do século treze, através do concílio de Latrão, também foi reforçado. Além disso, a grito dos reformadores sobre a graça foi sufocado, priorizando a ideia do mérito, cujo fundamento é totalmente contra o pensamento paulino da carta aos Romanos. Houve vozes discordantes, porém, prevaleceu o pensamento da toda-poderosa cúria clerical.
          Para pensar, pensar, pensar, etc.
          Prof. José Costa.

domingo, 28 de outubro de 2012

A TEOLOGIA DE LUTERO: A GRAÇA E A LEI

       Para Lutero, a lei e a graça não eram duas coisas antagônicas, ou seja, oriundas de fontes distintas. É verdade que a lei não salva, porém, ele tem sua origem em Deus e teve seu objetivo desfigurado. Existe lei no Antigo testamento assim como existe graça, ou seja, a graça não está restrita ao Novo testamento. A lei é revelada para condenar, revela, portanto, o juízo divino ao pecador, a graça vem em direção ao pecador exatamente como resposta a esta condenação. Lei e graça são partes da revelação de Deus. 
      O pecador tem em Jesus esta justificação, na cruz, no escândalo da cruz. É na teologia da cruz que está a resposta para a enfermidade humana. É a cruz que inclui e transforma. Cruz é renúncia, é doação, é amor. O ímpio se faz justo e esta justificação é escandalosa, na medida que a mente humana não a entende. A mentalidade farisaica não a compreendeu. Por esta razão, é preciso entender que o justo é colocado nesta posição pelo Pai, mediante a oferta radical de Jesus na cruz. Lutero dizia: "Antes não havia na lei nenhuma delícia para mim. Porém, agora descobri que a Lei é boa e saborosa, e que me tem sido dada para que eu viva, e agora encontro nela prazer." 
       É para pensar, Prof. José Costa.

sábado, 27 de outubro de 2012

A TEOLOGIA DE LUTERO: A COGNOSCIBILIDADE DIVINA

     O conhecimento de Deus. Este é um dos temas da teologia luterana ( de Lutero). Será que é possível ter algum conhecimento divino?
         Ele faz distinção entre o Deus oculto e o Deus revelado. Deus é essencialmente inatingível em sua bondade, sabedoria, etc. Ele é infinitamente insondável. É o Deus oculto. Mora na eternidade. É incognoscível. O Deus revelado é o Deus que se pode conhecer. Na criação temos algum conhecimento Dele, ainda que limitado. Muito embora, Lutero muitas vezes falou da "porca razão".
   A verdadeira explicação de Martinho Lutero para o conhecimento de Deus é a teologia da cruz. Ora, por esta teologia, ele repetidamente nos fala sobre a necessidade de conhecê-lo em Jesus. A cruz revela o escândalo da graça divina. É na cruz que Deus se revela, nesta cruz que simboliza a renúncia, o amor, o sacrifício de Deus,etc. 
       O verdadeiro conhecimento, portanto, ocorre no evento da cruz    
e não é o mesmo que dizer o evento da crucificação,pois, a cruz veio a existir antes de todas as coisas, a crucificação é apenas uma manifestação do plano eterno de Deus. Em Jesus o conhecimento de Deus é possível.
       Quem lê, entenda.
       Prof. José Costa.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

A TEOLOGIA DE LUTERO : A PALAVRA

        Conforme sabemos, o grande grito de Lutero foi a volta à palavra, no entanto, o que significava isto para o reformador? 
            Em primeiro lugar, para ele a palavra era muito mais que um livro. É evidente que a Bíblia tinha sua importância, porém, ele não era um biblicista rígido,pois, para ele a PALAVRA seria muito mais que um livro. Seria o próprio Deus. Isto não significa a adoração ao livro. a explicação que ele dá é a de que a palavra encarnou, ou seja, virou pele, Jesus. " a Bíblia é a palavra de Deus porque nela chega Jesus Cristo até nós. Quem lê a Bíblia e não encontra Jesus Cristo, não tem lido a Palavra de Deus."
             A verdadeira mensagem não está na igreja e nem em outro lugar, mas, no Evangelho declarado nas páginas da Bíblia. portanto, para Lutero, a Bíblia dá testemunho de Jesus, que é a palavra e que é a mensagem viva de Deus. O Evangelho que é o próprio Jesus está acima de da igreja das tradições e dos concílios. Está acima do papa e dos teólogos.
             Que verdade maravilhosa!!!!!!
              Para pensar , Prof. José Costa.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

CAUSAS DA REFORMA PROTESTANTE

        Falar das causas da Reforma Protestante não é fácil. Já vimos que nos artigos anteriores abordamos várias questões. Falamos que não se explica tal reforma com reducionismo. Vamos tentar expor de modo bastante direta e simples.
     Existem historiadores que tentam explicar a Reforma sem considerar a alma de Lutero. É um ledo engano. É claro que são vários os motivos para o surgimento da Reforma, dentre eles temos as causa econômicas. Ora, é evidente que os príncipes alemães, vários deles, pretendiam confiscar terras da igreja. O que com efeito aconteceu. Também é evidente o fato de que o contexto no qual Lutero se encontra é favorável ao grito do reformador. É um contexto de renascimento, de ascensão da burguesia, de contestação ao poder feudal. O nacionalismo alemão também fica evidente quando o questionamento luterano ( de Martinho Lutero), em relação as indulgências vem à tona. Ele, com efeito, colocou o dedo na ferida, a exploração da igreja com sua vendas de indulgências, simonia entre outros males. Alguns chegavam a dizer que quando a moeda caísse no cofre a alma saia do purgatório. Pura balela. Temos, portanto, um complexo de causas. A própria invenção da imprensa facilitou a circulação de ideias expostas por Lutero. No entanto, esquecer que a alma de Lutero encheu-se de gozo, de alegria, quando redescobriu a doce justificação pela graça por meio da fé, ao ler Romanos, é puro simplismo.
        Para pensar,
        Prof. José Costa.

sábado, 20 de outubro de 2012

REFORMA PROTESTANTE, O POLÊMICO LUTERO

     Martinho Lutero é sem dúvida uma figura polêmica. Para alguns ele foi a besta selvagem que pisou na vinha do Senhor. Para outros, no entanto, ele foi o herói que defendeu a fé em meio aos abusos da igreja. Um supra-humano.
  Exageros à parte, é necessário o equilíbrio para podermos compreender melhor esta figura histórica. 
     Já comecei a falar dele em um artigo anterior, e vimos como sua descoberta na carta aos Romanos foi um doce para sua alma aflita. De fato, o que ele leu e interpretou é a verdade paulina, sem barganhas e sem mitos. Em 31 de outubro de 1517 expôs 95 teses na igreja de Wittenberg, na Alemanha, seu objetivo era apenas chamar teólogos ao debate, como era costume na época. No entanto, cópias desas teses começaram a circular no país. Ele foi auxiliado pela imprensa, nesse sentido. O Papa Leão X chegou a lançar uma bula, Exsurge Domini, excomungando o antigo monge. Ora, a denúncia de Lutero atingia diretamente o sistema com sua máquina de barganha, indulgências, ideia de méritos, etc. Chegavam a falar que a alma saía do purgatório no momento do tilintar da moeda no cofre eclesiástico.
    Na Dieta de Worms (1521) ele foi condenado pelo imperador, conseguiu se esconder com o auxílio de um Príncipe. No exílio, traduziu a Bíblia para o alemão e escreveu vários hinos. No próximo artigo falaremos sobre as causas da reforma, que teve evidentemente componente vários, além da alma aflita de Lutero e a sua redescoberta da doce mensagem da justificação pela fé.
    Pense Nisso, prof. José Costa.

       

REFORMA PROTESTANTE, MARTINHO LUTERO

      Conforme já vimos, falar de Reforma Protestante não é tão simples assim. Já narramos a questão de Isabel, no século XV, falamos um pouco do Renascimento,e também abordamos as vozes discordantes antes de Lutero. Falaremos agora sobre o reformador mais famoso da história da igreja.
          Martinho Lutero nasceu na Alemanha, em 1483, na cidade de  Eisleben. Filho de camponeses. Seu pai chegou a trabalhar nas minas. Lutero cresceu em meio a angústias. Sua criação não foi tão fácil assim. Foi criado de modo muito severo, e, na escola ele era alvo de críticas dos professores, que o educavam de modo bastante rígido. Isto sem dúvida deixou marcas em sua alma. Para Lutero, Deus era um juiz extremamente severo. Aos 22 anos, ele torna-se um monge agostiniano, decepcionando seu pai que pretendia que ele fosse advogado. De alma aflita, esperava que os meios de graça que a igreja oferecia concedesse- lhe alívio.  Confessava pecados várias vezes durante o dia, praticava a auto-flagelação. Deus parecia que não estava ouvindo-o, na verdade, a imagem que ele possuía de Deus era de um carrasco terrível, sem compaixão. Era uma projeção da sua mente, e fruto de sua criação severa.
         A partir do ano de 1513 passou a dar aulas sobre a Bíblia, especificamente os Salmos, em 1515 ele começa a árdua tarefa de ensinar a carta aos Romanos, e em meio a leituras entende a mensagem central deste livro, que se encontra no capítulo primeiro e os versos 16 e 17, especificamente. Chegou a dizer que sua alma ficou arrebatada de alegria e sentiu que estava próximo ao paraíso.
           Continuarei no próximo artigo a jornada de Lutero, 
            Para pensar, Prof. José Costa.
          
         

REFORMA PROTESTANTE, UMA INTRODUÇÃO

                   Falar de reforma protestante não e fácil, pois, para a mente desavisada, a questão poderia ser resumida da seguinte forma: no século dezesseis, em 31 de outubro de 1517, um ex - monge chamado  Lutero, baseado em romanos 1: 16 e 17, fez uma reforma na igreja. Ponto final, tá explicado o assunto. Porém, para quem não está de brincadeira e deseja a verdade histórica, a coisa é muito mais complexa.
       Já falamos dos antecedentes imediatos da Reforma Protestante, vozes que foram caladas, na Idade Média houve gritos discordantes que denunciaram os abusos da igreja. Houve muitos bispos que ansiavam por uma mudança na estrutura clerical. Na Espanha do século quinze, com a rainha Isabel, conhecida como A CATÓLICA, houve uma reforma, nos moldes do catolicismo, ela empreendeu realizar uma façanha, fazer uma versão da Bíblia em várias línguas, o com efeito aconteceu, sob a chefia de Francisco Cisneros. Esta Bíblia é conhecida como POLIGLOTA COMPLUTENSE, e, foi realizada em dez anos, por vários eruditos, a saber, latinista, helenistas e judeus. Havia nela dicionários em hebraico, grego e latino. O próprio Cisneros chegou a afirmar que uma teologia mais pura tinha surgido, dando a entender que a palavra estava acima da tradição. A reforma proposta por Isabel também incluía uma renovação do espírito inquisitorial, com efeito, a partir do ano de 1478, a Espanha conseguiu do papa Sixto IV uma autorização para usar este instrumento repressor. O papa anuiu, e Isabel começa a sua reforma, prendendo judeus e todo espécie de "hereges", fortalecendo, assim, o seu poder. Vale lembrar que a época do absolutismo monárquico, e, a Inquisição espanhola dá novo vigor a a coroa, inclusive com confisco de bens dos denunciados, fortalecendo o cofre da monarquia.
        Para pensar, 
        Prof. José Costa.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

VOZES DA REFORMA ANTES DA REFORMA

            Durante a Idade Média, diante dos desmandos da igreja, em meio a toda sorte de luxo e pompa dos eclesiásticos. Em meio a um mar de tirania e perseguições, mortes, paganismos,  e tantos outros meios de intimidação de que já falamos, houve vozes discordantes.
             No século XIV, surgiram vozes como o inglês João Wycliff, com sua doutrina do senhorio, que afirmava categoricamente o fato de que todo bispo deveria servir e não ser servido. Argumentava também o fato de que o luxo e a pompa havia tomado a mente dos prelados. Ainda no século XIV, João Huss, na Boêmia enfatizou as mesmas verdades. Foi morto pela "santa inquisição" que de santa não tinha nada. Esta instituição, conforme vimos, foi criada por Inocêncio III, que de inocente não tinha nada. Ele viveu no século XIII, o auge do papado.
          Outro ator importante neste contexto de contestação foi Jerônimo Savonarola, prelado italiano que bradou em Florença contra os abusos desmedidos da igreja. Foi morto pela inquisição.
            Ao chegar o século dezesseis explode um acontecimento que vai mudar o curso da História e vai de encontro a todo sistema de penitência e de obras meritórias criados pelo paganismo romano nos séculos imediatamente anteriores. É o que vamos ver depois. 
                Para pensar, prof. José Costa.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

O RENASCIMENTO CIENTÍFICO, NO CONTEXTO DA REFORMA PROTESTANTE

      Este movimento ocorreu a partir do século XIV, tendo sua continuidade nos anos a seguir. O título Renascimento Científico não é adequado, pois, ele pressupõe que nos anos imediatamente anteriores ao movimento foram de trevas. O que não é verdade. O termo surgiu no século XVI, com um crítico de arte conhecido como Giorgio Vasari, especificamente no ano de 1550. Ora, ele dizia que o tempo no qual estava vivendo era uma época de ressurreição, de renovo, de despertamento. Vale dizer que se encontra implícito nestas palavras a ideia errada, de que, na idade Média tudo era trevas. O que não corresponde a realidade. Com efeito, na Idade Média, houve muita luz, haja vista o desenvolvimento da matemática com os árabes, da Química, da Filosofia, das artes, principalmente a arte gótica. Os mosteiros eram centros de estudos teológicos e linguísticos. Apesar do obscurantismo da igreja, houve vozes discordantes, e na própria igreja surgiram excelentes teólogos e filósofos. Nesta época surge o papel, a pólvora, e tantos outros conhecimentos, tanto na parte ocidental bem como na parte oriental do Império. Isto porque não citamos a Ásia, a África, tão esquecida durante a História e que legou a humanidade artes e conhecimento.
         Com o Renascimento Científico renasceram a possibilidade do espírito crítico que foi um dos fundamentos da Reforma Protestante. Falaremos disso posteriormente.
            Para Pensar, prof. José Costa.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O PAPA INOCÊNCIO III E A TRANSUBSTANCIAÇÃO

      O século treze foi marcado pela presença marcante do papa Inocêncio III, que de inocente não tinha nada. Ele é considerado como um dos papas mais importantes para a igreja. Astuto, verdadeira raposa, e dono de uma capacidade política muito grande. Tinha sede pelo poder. Inocêncio foi o autor da Inquisição, um dos instrumentos de tortura mais terríveis de toda História. Um verdadeiro meio de terror medieval. Vale lembrar que em setecentos anos de existência da Inquisição, milhões foram mortos.
       Este líder eclesiástico levou o papado ao auge do seu poder. Brigou com reis, com senhores feudais, etc. Subjugou o rei inglês, João sem terra, obrigando-o a pagar mais impostos para a igreja. Através de um instrumento chamado de interdito, pelo qual havia a suspensão de todos os direitos eclesiásticos para o país, ele manipulava reis.
         O quarto concílio de Latrão, encabeçado por ele, promulgou a doutrina da TRANSUBSTANCIAÇÃO, pela qual o pão e o vinho se transformam-se em carne e sangue de Cristo. Puro paganismo. Literalizando o que é simbólico, e fazendo de todos canibais. Violentando os sentidos e errando.
          Sem inocência, e para pensar, prof. José Costa.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

O CISMA DO ORIENTE

      O que foi este cisma? Em que ano ocorreu? por quê? é o que vamos abordar de modo sucinto nas linhas a seguir.
      Conforme já foi dito anteriormente, o Império Romano caiu nas mãos dos bárbaros, assim chamados pelos romanos, em 476 d. c. no entanto, a parte que caiu foi a parte ocidental. No Oriente, o Império ainda vigorou por mais mil anos, aproximadamente. Em 395, com a morte do  Imperador Teodósio o Império foi dividido   em duas partes, a capital do Oriente passou a ser Constantinopla e a capital do Ocidente, Milão. Houve bastante diferença na formação destes dois Impérios, a saber: enquanto o Ocidente falava-se o latim, língua romana, o Oriente foi profundamente influenciado pela cultura grega, logo, a língua utilizada era o grego. No Ocidente houve uma profunda retração do comércio, ao passo que no Oriente ele intensificou-se. A parte Ocidental viu nascer, cada vez mais, o poder papal, conformem já foi dito, a Oriental estrava sob a sombra do Patriarca de Constantinopla.
  O Cisma ocorreu basicamente por questões de natureza econômica e religiosa. Em 1054, quando o Patriarca Miguel Cerulário, de Constantinopla, e o Papa Leão IX, entraram em conflito por dioceses da parte sul da Itália, que dava vultosos lucros, sem acordo, houve rompimento. Além disso, cada qual queria ser o representante da igreja. Soma-se a isso diferenças linguísticas, culturais, etc. e a sede de poder de ambos evidentemente.
      É para pensar, 
      Prof. José Costa.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

BREVE HISTÓRIA DA IGREJA, O PODER ECLESIÁSTICO MEDIEVAL

       Após a ascensão de Constantino ao poder, a igreja ficou disforme (ver meu artigo sobre Constantino). A estrutura de poder começou a se solidificar, o bispo de Roma fortaleceu-se ( ver artigos sobre o poder papal ), surgiram reinos Germânicos - Romanos, surgiu a  aliança entre Estado e igreja. A igreja tornou-se, com efeito, a maior instituição feudal da Idade Média, com ricos mobiliários, dona de uma terça parte da Itália. Dominava a cultura, a educação, a mentalidade. Impunha o medo. Houve um instrumento de tortura e de dominação conhecido como Inquisição. Era um meio de impor o medo. Puro instrumento de manipulação, de tirania.
       No século VIII, com a união do clero com o reino Franco de Clóvis, e, depois, com O Rei Franco chamado de pepino, o Breve, a igreja recebe doações generosas, em troca apoiou um usurpador do trono, Pepino, O breve. Este tomou o poder de seu antecessor, dando ,um golpe com as bênçãos de Roma, que, por sua vez possuía interesses feudais. Os fins justificavam os meios para o clero. Foi o que aconteceu. Cada vez mais a igreja se distanciava das palavras de Jesus que disse que veio para servir, e não para ser servido. Forma-se um Império de dominação feudal poderoso. Ninguém tem liberdade para pensar. Impunha-se o terror, e não a paz. Tudo isso em nome de Deus. Em nome de Deus? qual Deus? ( ver meu artigo convite para matar deus.) Para pensar, Prof. José Costa.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

ADÃO E EVA

      Eles são, sem dúvida, o casal mais famoso da História. Não existe outro mais falado e mais lembrado. Nem mesmo Fred e Vilma, rss. A História bíblica nos diz que o pecado entrou no mundo por meio deste casal. O objetivo aqui é expor as lições de natureza psicológica acerca deste assunto.
       Adão é homem, é barro, é macho, é domínio, é trabalho, é terra. Ele é o cabeça de toda humanidade. É o primeiro de muitos. ...admitir que a humanidade descenda de diversos casais é o mesmo que admitir que, em dado momento, a natureza teve uma profusão sem sentido ( Soren Kierkegaard, o conceito de angústia, pag.55,56)
           O nome Adão significa terra vermelha. Ele simboliza, assim, o ser humano que veio do pó e ao pó voltará, simboliza a finitude, simboliza o caráter instintual humano de ir a luta, simboliza a caça, o avanço, o sair de casa. Adão é homem, é alguém que precisa de complemento emocional, a costela. É vazio que, procura preenchimento. Eva, mãe, vida, este é o significado do seu nome. Representa a maternidade, a afeição, o carinho, o afeto a capacidade de relacionamentos afetivos focados em um único "objeto". Eva é família, é cuidado, é capacidade de relacionamento- afetividade. Eva é amor.É fixação relacional. É fidelidade. Eva também é capacidade de sofisticação de sentimentos para o mal, ou seja, se não se controlar, consegue transformar o sentimento afetivo em vingança. Adão e Eva, protótipos de um casal que pode dá certo, em meio as ranhuras da existência criadas pela capacidade humana de fazer Deus sofrer.
           É para pensar. Prof. José Costa.

ARCA DA ALIANÇA. ONDE ELA ESTÁ?

       O livro do Êxodo, no Antigo Testamento, fala de uma arca sagrada onde estariam contidas as tábuas da aliança. Também chamadas de tábuas dos testemunhos. Esta arca era feita de madeira de acácia e seria toda coberta de ouro. Dois varais laterais eram postos em argolas, a fim de levarem a mesma pelo deserto, enquanto os judeus peregrinavam. Ela ficava guardada no lugar mais santo do tabernáculo. Era vista apenas pelo sumo sacerdote. Acima dela ficavam dois querubins.
         Passado os anos, com a construção do templo de Salomão, ela continuou restrita, agora, no templo. Com a destruição do templo de Salomão, por Nabucodonosor, no século sexto a.c.,ela, literalmente, sumiu da História. Existem, porém, alguns relatos que indicariam a sua localização. Veremos.
         Em primeiro lugar, existe uma indicação de que Jeremias, um profeta do Antigo testamento, teria colocado a arca em uma caverna, próximo ao monte Nebo, localizado na atual Jordânia. Este relato está no livro de Macabeus, apócrifo. Todavia, arqueólogos que a procuraram não encontraram vestígios da mesma. 
       Existe um grupo de cristãos etíopes que afirmam serem os guardiães do objeto sagrado. A história é basicamente esta: Salomão teria tido um filho com a rainha de Sabá, cujo nome seria Menelik e ele teria levado o objeto para sua terra , Sabá, atual Etiópia, na África. A arca, portanto, estaria em um templo etíope guardada por sacerdotes sagrados. Outra versão diz que os judeus a guardaram sob o templo de Salomão, antes da chegada de Nabucodonosor. O fato é que não existem provas concretas da sua existência na atualidade, é possível que tenha sido destruída, pois, era feita de material frágil, madeira. O que se deve guardar é o seu simbolismo, ou seja, a presença de Deus entre nós. 
            Pense Nisso, Prof. José Costa.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

HYPÁTIA, A FILÓSOFA DO HELIOCENTRISMO.

          Ela é considerada como uma das maiores mentes da sua época. Foi filósofa, matemática, escritora e astrônoma. Ao que parece, na adolescência, viajou para Atenas, a fim de estudar filosofia. Nasceu em 355 d.c. porém, esta data é questionada. O certo é que ela viveu em Alexandria, no quarto século da era cristã. Era filha de um professor da academia de Alexandria. 
      Hypátia estudou a teoria de Aristarco. Este filósofo viveu no séc. terceiro antes de Cristo e foi o primeiro a  afirmar que a terra girava em torno do sol. A conhecida teoria Heliocêntrica, confirmada séculos depois por Copérnico e galileu e negada pela a igreja obscurantista e autoritária da Idade Média.
        Esta professora de Filosofia e de estudos astronômicos ensinou na Academia de Alexandria durante anos e tentou comprovar a teoria de Aristarco. Foi considerada herética pela igreja. Na época, O cristianismo já estava em ascensão ( ver meus artigos sobre Constantino). Cirilo de Alexandria via em Hypátia uma herege. Foi morta por um grupo de fanáticos religiosos. Até hoje debata-se sobre a influência de Cirilo na sua morte. Foi ele que influenciou a turba fanática? sim ou não ? não há como provar, porém, o fato é que ele a considerava uma herege pagã. 
         Para pensar,
         Prof. José Costa.

O PAPADO DE GREGÓRIO, O GRANDE.

         Ele é considerado como um dos maiores papas de todos os tempos. Foi eleito no ano de 590 d.c. Conforme já vimos, no século quinto, Leão, o Grande, foi considerado o primeiro papa, no uso atual do termo, embora não com tamanha proeminência dos dias atuais. Gregório teve a importância, no século sexto, que Leão teve no século quinto.
          Gregório foi um papa generoso com os pobres, várias vezes acudiu aos necessitados em várias partes da cidade. Ele dedicou-se com afinco as causas sociais e espirituais. Foi também um escritor. Embora suas suas obras não possuam originalidade. Bebeu de Agostinho. Com Gregório, a doutrina do purgatório passa a assumir sua forma original. Conforme sabemos, ela não possui base escriturística, porém, Gregório passa a afirmar aquilo que Agostinho teorizou, ora, o bispo de Hipona era um filósofo, ele falou teoricamente sobre a possibilidade de um lugar onde as almas ficariam antes de ir pra o gozo celeste. Pura hipótese. Isto nos escritos de Agostinho. Gregório passa a afirmar aquilo que era hipotético. Escreveu livros e cartas papais. Também insistiu no celibato, algo que não era obrigado na época. ( veja meu artigo chamado celibato). Conforme sabemos esta doutrina foi um golpe de caráter econômico imposto pela igreja. A herança dos padres ficava com a igreja, não possuindo eles filhos; e se por acaso os tivessem, seriam ilegítimos, logo não herdeiros. Gregório também se fortaleceu no poder temporal devido a falta de uma autoridade na época. várias vezes negociou com invasores. Era um estadista.
             Para pensar.
             Prof. José Costa.

sábado, 6 de outubro de 2012

O PAPADO DE LEÃO, O GRANDE.

      Ele é considerado um dos maiores papas da cristandade. Foi bispo ( Papa ) de Roma, no século quinto da era cristã. Ora, já vimos em dois artigos anteriores, como o título de Papa tornou-se tão forte no Ocidente. Vale lembrar que na Igreja do Oriente este título não é reconhecido como tal. Veremos isto detalhadamente posteriormente, quando falaremos sobre o CISMA DO ORIENTE, em 1054.
      O Papa Leão, O grande, é conhecido como aquele que começou a fundamentar sua posição pela Escritura. Explico. Ele foi o primeiro a tentar provar que seu título não era uma simples designação, ao contrário, ele seria a continuação apostólica do cargo de Pedro. Vale lembrar que não existe prova histórica que venha fundamentar o fato de Pedro passar a sua autoridade ao seu sucessor. É tudo ilação. E, conforme já vimos, o título, em Roma, foi se fortalecendo devido a condições históricas. ( leiam os artigos anteriores sobre a origem do papado).
      Leão também é conhecido como aquele que, diplomaticamente, impediu que Átila, o rei dos Hunos, invadisse Roma, em 452 d.c. Nisto ele foi amplamente louvado. Era um estadista. Leão também foi muito generoso com os pobres da sua época. Ele é considerado como o primeiro Papa, no sentido corrente do termo. Embora não fosse reconhecido no sentido de infalibilidade. Este pensamento vai surgir séculos depois. De fato, foi uma grande personagem histórica.
      Para pensar,
      prof. José Costa.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

CONVITE PARA MATAR DEUS; PROVOCAÇÃO.

      Nietzsche, filósofo alemão do século XIX, falou da morte de Deus. Coisa absurda, diria alguns. Para mim Nietzsche foi um dos profetas da sua época. Ele foi a pedra que clamou em meio a um mar de miscelânea cristã. Ora, quem conhece a História sabe muito bem que o Cristianismo não brincou de matar gente. Tudo em nome de Deus. As cruzadas que o digam.Atualmente, é uma das maiores causas de doenças mentais existentes. Exagero? claro que não. O deus que o Cristianismo pregou ao longo dos séculos foi uma projeção da mente adoecida e neurótica da cristandade. Hoje a situação não é muito diferente. É verdade que não existem as Cruzadas dos tempos da Idade Média, porém, temos os triunfalismos, um deus avalista dos nossos triunfos, vingador das nossas causas e fonte de renda para muitos cassinos "evangélicos", disfarçados de igrejas.
       Nietzsche, com certeza, atualmente, iria matar deus de novo. Embora ela tenha convidado para a morte de deus por causa de seus traumas, todavia, ele tinha razão, até certo ponto. De fato, o deus que tem que morrer é o da cristandade adoecida. Uma projeção da mente humana. É claro que Deus, que existe e é verdadeiro, deve viver em nós, pois, ele não é religioso, nem cabe na instituição religiosa e nem autoriza o uso de seu nome para tamanha mercantilização da fé dos dias atuais. Pense nisso. 
      Prof. José Costa.

Postagem em destaque

O CRISTÃO ARRELIGIOSO E A IGREJA DEBUTE.

   Já escrevi sobre o teólogo alemão Dietrich  Bonhoeffer em outros artigos. Ele pastor , mártir e teólogo . Foi um dos grandes nomes da teo...